NITO ALVES: “Não devolvem nossos bens porque Angola é Estado-Selvagem”
O tribunal Provincial de Luanda, na sua 14ª secção, mantém retidos os bens dos activistas do processo 15+2. Legalmente, o tribunal, na pessoa do juiz da causa, deve devolver os bens imediatamente. Tal não sucedeu. Diante deste facto, os ativistas requereram a intervenção do Tribunal Supremo, que imediatamente autorizou a entrega dos bens há uma semana. Mas o Tribunal de Comarca mantem-se relutante em não devolver os bens.
Sobre este assunto, a Rádio Angola (RA), ouviu um dos integrantes do processo, Manuel Baptista Chivonde Nito Alves.
No entender de Nito Alves, “não nos é dado de volta os nossos bens porque estão a vasculhar ao máximo todos os meios eletrónicos. E a entrega não dependerá da decisão do Tribunal Supremo, mas sim, dos serviços de inteligência. Será General Zé Maria a assinar o documento de entrega. Não é dado de volta os nossos bens, porque isto é um Estado Selvagem”, disse.
Questionado sobre como os serviços de inteligência podem pôr em causa a decisão de um Tribunal Supremo, respondeu: “Em países sérios isto é violação de direitos humanos. Não acontece, mas em Angola não há separação de poderes.”
Fez igualmente um comentário sobre a Amnistia, na qual estão contemplados os activistas deste processo. “Devem amnistiar o juiz irracional Januário Domingos e não [eu e] os meus companheiros inocentes”, afirmou Alves.
Terminou o seu pronunciamento dizendo que não se sente seguro em Angola, mas não teme pela sua vida.