Municípios de Caungula e Cuilo não têm bancos comerciais – População percorre mais de 300 km para encontrar dinheiro

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As sedes municipais de Caungula e Cuilo, bem como a comuna de Camaxilo, na província da Lunda-Norte, não dispõe de nenhum banco comercial, facto que está a obrigar os cidadãos a percorrer longas distâncias para as transações bancárias.

O cenário desgastante, dura há vários anos, sem uma solução à vista, pois os moradores afirmam que as autoridades nada fazem para inverter o quadro.

Segundo o portal O Decreto, no município do Caungula, por exemplo, foram construídas as instalações do Banco de Poupança e Crédito (BPC), mas a infraestrutura não passou das paredes erguidas desde 2015 e nada mais foi feito para o funcionamento do banco.

“Não tem nenhuma agência bancária, até ao momento, o que dificulta a vida dos funcionários e outros agentes económicos locais”, disse um dos munícipes, funcionário público.

Segundo os habitantes, a falta de agências bancárias no Camaxilo, Caungula, Cuilo e Lubalo, tem estado a preocupar a maioria dos administradores, funcionários públicos, autoridades tradicionais e outros agentes económicos locais, situação que obriga aos cidadãos a percorrerem mais de 300 quilómetros a para fazer movimentos bancários.

“Cada vez mais, continuamos a somar inúmeras dificuldades e o sofrimento para obtenção dos dinheiros, ou seja, para pagar alguns serviços percorremos vários quilómetros à procura de agências bancárias nessas estradas cheia de vários obstáculos”, desabafou um agente económico.

Os populares da região em causa, para conseguirem tirar dinheiro nas suas contas bancárias, deslocam-se para os municípios do Cuango e Xá-Muteba, onde existem dependências, o que para eles “não tem sido fácil”.

“Temos feitos muitos gastos para pegar uma motorizada ou viatura só para conseguir os tais 40/50 mil kwanzas, que cada um de nós usufrui, e para regressar tem de contar com pelo menos 30.000 mil, pois o resto é pago no serviço se táxi”, lamentou uma das autoridades tradicionais que preferiu o anonimato.

Os efectivos da Polícia Nacional (PN), das Forças Armadas Angolanas (FAA) e da Polícia de Guarda Fronteira (PGF), que trabalham no Camaxilo, Caungula, Cuilo e Lubalo, também enfrentam os mesmos constrangimentos.

“Temos gastado muito dinheiro nos serviços de táxi à procura de um banco para tirarmos o dinheiro do salário no Cuango e Xá-Muteba”, disse um militar do exército, que contou que para tal “temos  de madrugado para ir enfrentar filas longas e, num município que também tem enchente de funcionários, por vezes, se faz gastos e como pode não encontrar dinheiro nas caixas”, lamentou.

Os funcionários público e privados, ouvidos pelo O Decreto, solicitam com urgência ao Governo Provincial da Lunda-Norte com vista a implantar os principais bancos comerciais como BPC, BAI, BFA, BIC e outros, para facilitar a vida da população, porquanto entendem ser inconcebível em pleno século 21, percorrem mais de 300 quilómetros à procura de dinheiro nos bancos.

 O Decreto

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