Município do Cuango na Lunda-Norte transformado em “laboratório do crime” – Jordan Muacabinza
A Lunda-Norte continua a registar vários casos de assassinatos, tortura, extorsão e espancamentos de vários cidadãos locais, quer por parte dos agentes de segurança e defesa, bem como pelos efectivos pertencentes às empresas de segurança privada, que protegem as assim entre outros para militar, casos esses que têm vindo a constituir numa clara violação dos Direitos Humanos e transformando assim a região leste do país em “laboratório do crime”.
São vários casos de torturas e assassinatos de cidadãos, reportados aqui na página da Rádio Angola, cujos seus autores continuam impunes, apesar de, as vítimas ou os seus familiares apresentarem queixas às autoridades policiais e da justiça.
Independentemente de o país estar a viver ou não o “Estado de Emergência”, que agora passou para o “Estado de Calamidade Pública”, os actos de violência dos efectivos da Polícia Nacional (PN), Militares das Forças Armadas Angolanas (FAA), Polícia de Guarda Fronteiras (PGF), bem como agentes de segurança das empresas privadas, que operam nas zonas de exploração de diamantes, são permanentes e os apelos da população ao Presidente da República, João Lourenço, não tem faltado para que haja fim nos assassinatos de civis.
No dia 21 de Maio último, um grupo de seis garimpeiros foi surpreendido por volta das 23 horas, por uma equipa de segurança acima denominado “ADM”, mais conhecido por “Mosquitos”, que ao abordar os garimpeiros, o jovem Aléx Kabule Silva de 20 anos, ao tentar fugir caiu numa vala de aproximadamente dois metros de profundidade e fracturou o braço esquerdo com mostra a imagem.
O incidente teve lugar no bairro kabunzula, por onde teria ocorrido assassinato do cidadão de 43 anos, no passado mês de Abril, que a vítima que fracturou o braço, apesar de ter pagado dinheiro que os mesmos seguranças cobram para se ter o acesso à zona de exploração de diamantes, ainda assim lamenta que “foram escorraçados” do local pelos seguranças “Mosquitos”.
Os outros garimpeiros, que mesma noite escaparam das mãos dos “Mosquitos”, correram até à aldeia Kabunzula, onde tiveram de explicar a situação ao soba do bairro, que no dia seguinte teria feito a participação à “Cooperativa Bikuku”, que segundo consta é do empresário Santos Bikuku.
Os jovens afirmam que fazem tal trabalho por causa da fome, desemprego e a miséria, a são obrigados a suportar, pelo que, a todo custo, sentem-se obrigados a deslocarem-se até às áreas de garimpo a procurar o sustentar das suas famílias.
O jovem ferido lamentou o facto de não ter recebido assistência médica no Hospital Regional de Cafunfo e apelou aos órgãos de direito a responsabilizarem os autores da “acção criminosa”.