Mulher encontrada morta numa lavra no município do Cuango

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Uma mulher foi encontrada morta numa lavra nas proximidades da Escola Superior “Luji A´Nkonda”, perto das 200 casas, arredores do município do Cuango, na Lunda-Norte.

Jordan Muacabinza | Cafunfo

O corpo da mulher cuja identidade não foi revelada foi localizado na manhã do dia 16 do corrente mês, já em estado avançado de decomposição e procura-se pelos seus familiares.

A população do Cuango contou a este portal que não se trata do primeiro caso do género, pelo que, a situação há muito tem preocupado os habitantes daquela parcela da província da Lunda-Norte, facto que “não entende o silêncio das autoridades policiais”, que para eles “nada fazem” para conter a onda de assassinato de mulheres em circunstâncias até ao momento não esclarecidas.

“Pedimos às autoridades competentes, que têm a obrigação e não favor de investigar, até que sejam determinadas as acusas, e se forem assassinatos os seus autores sejam responsabilizados criminalmente”, disse uma mulher que proferiu o anonimato.

Os activistas dos direitos humanos esperavam que, com a governação do Presidente João Lourenço “esses casos de assassinatos deviam ter o seu fim, mas até ao momento”, segundo disseram, “já lá passaram três anos de governação e não se nota qualquer mudança, quanto às mortes recorrentes de civis, incluindo mulheres na zona de exploração de diamantes e não só”.

Os moradores do Cuango entendem que, sendo a Assembleia Nacional o “palco” onde o Presidente da República, João Lourenço falou de “paz, segurança e estabilidade do país, no seu discurso sobre o estado da nação”, na abertura de mais um ano parlamentar, “não devia se esquecer da questão de assassinatos de civis nestas minas de diamantes, ou seja, situação de violação de Direitos Humanos nas Lundas”.

Para os habitantes do Cuango, “Angola é um país de todos angolanos, cada pessoa deve se sentir como se estivesse na sua casa, quando é que o Presidente João Lourenço vai abordar sobre a situação de violação de direitos humanos nas Lundas, onde todas as semanas há pessoas mortas a tiro?”, questionou um dos cidadãos.

Em 2013, mais de duas centenas de cidadãos se manifestaram na Lunda Norte, em protesto ao índice elevado de assassinato de mulheres nas lavras.

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