MANIFESTANTES DETIDOS E ESPANCADOS EM CABINDA

Compartilhe

A Polícia Nacional em Cabinda deteve, nesta manhã, dia 16, seis jovens que participavam numa marcha pacífica organizada pela Associação para o Desenvolvimento da Cultura dos Direitos Humanos (ADCHD) com o propósito de repudiar a “degradação social, as gravíssimas violações aos direitos humanos e direitos fundamentais dos cidadãos de Cabinda”.

Arão Bula Tempo, advogado e activista e um dos promotores da marcha, contou a Rádio Angola que os jovens foram capturados por agentes da Polícia Nacional nos arredores do cinema Popular, localizada a poucos metros da esquadra local.

Até ao momento em que era entrevistado pela RA, o advogado apenas sabia da detenção de seis manifestantes, e adiantou os nomes de cinco, nomeadamente, Alexandre Fernandes, Clemente Cuilo, Celestino Manhito, Baba, e Alexandre Kuanga Nsito.

Segundo informações obtidas por fontes da RA, os mesmos estão a ser torturados na referida esquadra desde a detenção. Arão Tempo, na qualidade de advogado, não lhe foi permitido manter contacto com os jovens, pelo que afirmou que fará uma “declaração formal e profunda a qualquer instante” sobre a situação.

Recordemos que sete activistas foram detidos no dia 2 deste mês, isto alguns dias depois da ADCHD ter remetido ao governo provincial de Cabinda uma carta a informar a realização duma marcha para o dia 16, conforme determina a lei das manifestações. A detenção ocorreu quando os mesmos colavam e distribuíam panfletos pela via pública a anunciar a marcha.

Num encontro mantido com o vice-governador provincial para o sector político e social, Alberto Paca, no dia 12, a pedido do governante, a ADCHD não foi proibida de prosseguir com a marcha nem obteve esclarecimento sobre as razões da prisão dos sete activistas. Pelo contrário, o “vice-governador foi dizendo que já não estamos em tempo de manifestações porque o momento é outro”.

A repressão contra cidadãos que apenas desejam exprimir-se livre e pacificamente em Cabinda é um dos vários indicativos de que o modelo de governação levado a cabo ao longo dos 42 anos do país não foi alterada.

Em actualização