Jornalista Pedro Cafiele afastado do programa por não defender presidente da UNITA

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O jornalista Pedro Cafiele, editor da Rádio Despertar, emissora afecta à UNITA, maior partido na oposição, foi afastado do programa PROVAS DOS FACTOS com o argumento de que o mesmo não conseguia “travar” o analista político Aniceto Cunha, até então representante do MPLA no debate emitido todos os domingos das 13h00 às 15h00, na 91.0.

Substituído agora pelo jornalista Romão de Jesus, fontes da Rádio Despertar, segundo a página da “Joana Clementina”, desconfiam que o afastamento de Pedro Cafiele poderá estar relacionado com as constantes acusações, que no seu equilíbrio, o jornalista deixou sempre que os comentaristas façam críticas aos adversários políticos, incluindo ao MPLA, partido no poder em Angola, bem como à UNITA.

O director-geral da Rádio Despertar, Horácio dos Reis, um dos assessores principais e que gere a página oficial do Facebook do ACJ, entendia a postura do jornalista Pedro Cafiele como “falta de capacidade” para “travar” o convidado do MPLA, sociólogo Aniceto Cunha, que na visão do gestor da Despertar, “andou a ultrajar” a figura do presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior.

Fontes citadas pela página do Facebook da “Joana Clementina”, descrevem que numa das edições, Horácio dos Reis “travou uma discussão feia”, após o debate PROVA DOS FACTOS com o representante do MPLA, Aniceto Cunha, fora dos estúdios da Rádio Despertar, tendo mesmo acusado o jornalista Pedro Cafiele, na presença dos convidados de ser “conivente” com os ataques que o MPLA por meio de Aniceto Cunha faz contra o partido UNITA e ao seu líder ACJ.

Pessoas que presenciaram o cenário descrevem que o jornalista Pedro Cafiele “por uma questão de educação”, não respondeu às “provocações” do director-geral, Horácio dos Reis. “Manteve-se calmo e sereno sem ter respondido nada”, contou a fonte.

O jornalista Pedro Cafiele explicou as razões da sua saída do programa de debate semanal PROVAS DOS FACTOS, mas o profissional negou prestar qualquer informação, tendo argumentado apenas estar desanimado com o ambiente instalado.

Por “orientações superiores”, a retirada do representante do MPLA no programa de domingo à tarde, a Rádio Despertar “matou” o princípio do contraditório consagrado na Constituição da República de Angola (CRA) e na Lei de Imprensa (LI), para a prática do bom jornalismo.

Neste domingo, 26, o MPLA já não se fez representar, o que evidencia o afastamento definitivo do partido que suporta o Governo no debate radiofônico da Despertar. estiveram presentes no PROVA DOS FACTOS, a deputada da UNITA, Mihaela Webba, Ndonda Nzinga (porta-voz da FNLA), Agostinho Sikato (assessor político do líder do PRS) e Gilson Salusse (organização cívica MUDEI).

Sabe-se que, desde que assumiu a gestão da Rádio Despertar, o antigo correspondente da Voz da Sociedade em Benguela, adoptou uma postura arrogante de alas depois de supostamente ter a máquina toda sob o seu controlo. “Ele não ouve ninguém, até os mais velhos dirigentes da UNITA”, exclamou outra fonte que preferiu o anonimato.

Segundo a fonte, o jornalista Pedro Cafiele tem sido a figura mais combatida, cujas razões a fonte que temos vindo a citar, diz desconhecer, revelando apenas que o profissional em causa, nos últimos dias “anda cabisbaixo”.

Radio Angola

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