João Lourenço rejeita viatura protocolar em Addis Abeba devido a baixa qualidade dos meios
O Presidente da República, João Lourenço, está ser citado como tendo rejeitado viaturas protocolares colocado a sua disposição logo a chegada ao aeroporto de Addis Abeba, Etiopia, onde teve hoje inicio na 36ª sessão da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
De acordo com o portal de noticias “Correio Angolense”, no aeroporto de Adis Abeba, a comitiva angolana “descobriu” que os carros protocolares que a organização da conferência colocou à disposição do Presidente angolano não eram compatíveis com o que julga ser o grande estatuto internacional de João Lourenço. A publicação do “Correio Angolense” diz que de imediato, foi emitida ordem para que a Casa Militar do Presidente da República providenciasse o pronto envio de uma frota Range Rovers.
As viaturas luxuosas, em quantidades não especificadas pela fonte do “Correio Angolense” terão embarcado no mesmo dia de Luanda para Addis Abeba.
Recorda-se que, em Angola, o Presidente João Lourenço desloca-se usualmente em jeeps Range Rover no seu mais robusto modelo, o Tubarão.
Fontes diplomáticas qualificaram o gesto da Presidência angolana como uma enorme descortesia para com os organizadores da 36ª sessão da Conferência de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
Não possuindo os recursos naturais que Angola tem, a Etiópia não pode permitir-se ao esforço de comprar luxuosos jeeps para uma cimeira de apenas dois dias.
Mesmo quando se desloca a países para pedir empréstimos ou incentivar investimento em Angola, o Presidente João Lourenço viaja, invariavelmente, num luxuoso Boeing 787-8 Dreamliner, o topo de gama da construtora aeronáutica norte-americana.
Além da luxuosa aeronave, João Lourenço tem também por hábito fazer-se acompanhar por uma “escolta” de mais dois aviões, sendo um para os seus auxiliares directos, nomeadamente membros do seu gabinete e titulares de departamentos ministeriais, e outro para membros dos serviços de segurança e inteligência e jornalistas.
A repetida exposição de riqueza do Presidente de um país em que mais de metade da população não faz mais do que uma refeição diária é, também, interpretada como boçalidade.
Pelo mundo fora, apenas os principais líderes mundiais, nomeadamente os presidentes norte-americano, russo e chinês levam frotas de carros próprios aos países que visitam.
O envio de Range Rovers Tubarão a Adis Abeba sugere que o Presidente angolano toma-se a si próprio num patamar superior aos dos seus homólogos com que vai reunir na Etiópia.
Não podendo levar aos Estados Unidos, onde esteve em Dezembro, a sua predilecta frota de Range Rovers Tubarão, o Presidente João Lourenço virou-se para o aluguer de dois carros blindados ao custo diário de 30 mil dólares por unidade.
Mas, o governo dos Estados Unidos frustrou-lhe o capricho. Washington comunicou a João Lourenço que a segurança dos seus convidados era sua responsabilidade, pelo que não faria qualquer sentido alugar carros a terceiros.
A propósito, o analista politico, Anselmo Kondumula repudia e considera vergonhosa a alegada desilegância de João Lourenço com homólogos africanos.
Anselmo Kundunula frisou que, o luxo ostentado pela elite no poder em Angola, não corresponde a realidade socioeconómica da população.