IURD: Bispo Alberto Segunda reconhecido em Decreto do Governo como único líder da igreja
O governo angolano reconheceu o Bispo Alberto Segunda como único líder da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, agora denominada por Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), ao aprovar em Decreto, a mudança da designação do nome, estatutos e símbolos da igreja.
Assim, o bispo Alberto Segunda é conhecido pelo Governo angolano desde o dia 14 deste mês, como único líder, por meio do Decreto Executivo n° 74/24 e publicado em Diário da República, 1° Série n°50 de 14 de Março de 2024, do Ministério da Cultura e Turismo.
O processo de troca dos letreiros da antiga nomenclatura “Igreja Universal do Reino de Deus” para “Igreja do Reino de Deus em Angola”, começou neste sábado, 16, na Catedral do Maculusso e seguirá para todos os templos a nível do país.
Segundo o Ministério da Cultura e Turismo, são reconhecidas as alterações relativas à nova denominação, logótipos, símbolos, estatutos e regulamentos internos, passando a confissão religiosa a chamar-se Igreja do Reino de Deus em Angola.
O decreto determina igualmente que os bens patrimoniais que, à data de entrada em vigor do presente decreto executivo, se encontrem afetos à IURD, bem como os direitos, obrigações e os processos sob sua gestão transitam para a IRDA, conforme definido no estatuto aprovado na reunião de fevereiro passado.
Conforme a Lusa, as dúvidas e omissões resultantes da interpretação e aplicação do presente diploma são resolvidas pelo Ministério de Cultura e Turismo, acrescenta-se ainda no documento, assinado pelo ministro do sector, Filipe Zau.
Em novembro de 2019, dissidentes da IURD em Angola acusaram a direção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação e abuso de autoridade, entre outros, e constituíram uma ala reformista, que foi reconhecida pelo Governo angolano como legítima representante do movimento religioso brasileiro.
Na sequência, foram constituídos arguidos quatro membros da liderança da IURD, que foram absolvidos em março de 2022, da maioria das acusações, exceto o ex-responsável Honorilton Gonçalves, condenado a três anos de prisão, de pena suspensa, pelo crime de violência física e psicológica.
O conflito deu origem a alas – a de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e a ala dissidente, angolana, dirigida por Bizerra Luís – que reclamavam ser as legítimas representantes da igreja fundada por Edir Macedo.
O Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional anunciou, em abril de 2022, que os acessos aos tempos da IURD continuavam interditos até o tribunal notificar as autoridades policiais para o seu levantamento, na sequência de um anúncio da IURD sobre a restituição dos imóveis.
Os membros que interagiram nas redes sociais da Igreja, acreditam que o conflito agora chegou ao fim e lamentam os comentários de alguns autores da “rebelião” que, mesmo não ter aceitado abraçar a unidade e participar na Assembleia Geral electivo partilham notas na ilegalidade.
A organização entende que, o que resta ao grupo, que continua descontentes por suas escolhas e decisões, é o cumprimento da lei e, quem puder venha regressar a casa mãe, fundar uma igreja ou procurar uma outra para que, os membros eleitos façam o seu trabalho que é o ganho das almas e ajudar o executivo em aspectos sociais através da formação, moralização da sociedade, apoio de primeira necessidade assim como levar as pessoas diante do altar.