INTIMIDAÇÃO POLICIAL À VIGÍLIA PELA LIBERTAÇÃO DE PRESOS POLÍTICOS EM CABINDA

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Realizou-se ontem, em Luanda, no largo 1°de Maio, a primeira das duas vigílias de protesto às detenções arbitrárias de activistas em Cabinda e a exigência de libertação dos mesmos. Apesar da forte chuva que caiu sobre a capital, “activistas angolanos comprometidos com a luta por uma Angola livre, justa e democrática” não deixaram de comparecer no local. Terminou duas horas antes do tempo previsto devido a intimidação da Polícia Nacional.

Texto de Nelson Mucazo Euclides

A vigília começou por volta das 19 horas e durou apenas 1 hora, terminando as 20h00 por causa da repressão policial quando a previsão era 22h00. Segundo relatou Geraldo Dala, um dos organizadores, 20 minutos após o início da actividade o largo ficou cercado por agentes fortemente armados da Polícia de Intervenção Rápida (PIR), acompanhados da brigada canina, que exigiram a interrupção da vigília.

“Pediram a autorização do governo da província de Luanda, mas nós apresentamos o protocolo mostrando que havíamos cumprido com os pressupostos legais. Mas os agentes insistiam na autorização, mostrando um total desconhecimento da lei 16/91 e da Constituição”, relatou o activista.

Pela resistência dos activistas em prosseguir com a actividade, a polícia preparou-se para soltar os cães por cima dos presentes, o que fez com que os mesmos abandonassem o local pouco menos de uma hora do início. Segundo Arante Kivuvu, outro activista presente no local, decidiram abortar a actividade para evitar as agressões e o ataque dos cães que já estavam a ser soltos.

“Não se compreende a presença de agentes fortemente armados que nos rodearam quando nós apenas estávamos a exercer pacificamente a nossa cidadania”, disse Arante Kivuvu. A polícia recomendou que os mesmos não regressassem ao local, prevendo uma forte repressão hoje, segundo dia da vigília.

Depois de sua retirada, os activistas foram perseguido por um carro da brigada canina que obrigou dois dos organizadores a entregar seus contactos por exigência do comandante da Unidade Operativa de Luanda, António Ribeiro, segundo informou um dos agentes. Depois de alguma resistência, Geraldo Dala e Laurinda Gouveia acabaram por fornecer os respectivos contactos telefónicos. Contudo, apesar da intimidação, os activistas reafirmaram realizar a segunda vigília hoje, dia 23 de Fevereiro.

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