“Insulto” eleitoral do primeiro secretário do MPLA Ernesto Muangala da Lunda-Norte

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Populares do município do Cuango, província da Lunda-Norte, criticaram recentemente a atitude do 1º secretário do MPLA, Ernesto Muangala, que no acto de abertura da pré-campanha eleitoral no dia 23 de Abril último, teria “oferecido a alguns militantes pão simples e água da hipocrisia” diante de uma multidão “faminta”.

Jordan Muacabinza | Cafunfo

Segundo os eleitores, a região do Cuango continua abandonada a sua sorte, diante de um governo “incapaz” de garantir o mínimo às famílias que passam por extrema necessidade todos os dias.

Afirmam que as famílias precisam de actos concretos para a solução da fome, pobreza, miséria e desemprego, e não de promessas eleitorais que em nada resolvem as dificuldades das populações.

No acto político de massas que aconteceu na sede do município do Cuango, que testemunhou a abertura da pré-campanha eleitoral do partido no poder, o primeiro secretário provincial dos “camaradas”, Ernesto Muangala, “decidiu no fim da actividade, oferecer a alguns militantes presentes, um pão simples que custa 50 kwanzas sem manteiga e uma garrafa de água de 150 kwanzas, deixando a maioria da população de fora”, disse uma fonte.

A fonte adianta que, antes da realização do acto político de massas, altos dirigente do MPLA “passaram em cada casa de venda de diamantes a cobrar de forma obrigatória  um valor equivalente em kwanzas a mil  dólares norte-americanos, para suprir as despesas partidárias.

“Estamos num país onde nem a Polícia Nacional nem Forcas Armadas Angolanas, assim como outros órgãos do Estado, não devem sofrer mais em proteger alguns criminosos, que desde muitos anos, castigam os angolanos”, salientou.

Promessas eleitorais na Lunda-Norte

“Tornemos a Lunda-Norte mais brilhante do que diamantes”, lembram os populares as declarações de Ernesto Muangala, aquando da sua apresentação como o novo governador da província, em 2008, nomeado pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos.

“Na verdade, já se passaram 14 anos, desde que o então camarada primeiro secretario provincial havia usado essa expressão transversalmente, mas até aqui não se nota mudanças na Lunda-Norte, tirando os discursos que não enchem a barriga”, lamentou um dos militantes do Cuango.

Recentemente, afirmaram os moradores, o administrador municipal, “mentiu publicamente quando garantia que a materialização da consignação e o lançamento da primeira pedra de reabilitação e expansão do sistema de abastecimento de água, é um  projecto a muito esperado pelas populações”.

“Por essa via, 14 anos as ruas principais de Cafunfo encontra-se esburacadas, lixo espalhado em todas preferias, ravinas continuam a engolir residências dos habitantes dos bairros Elevação, Gika e outras zonas, por isso, chega de sofrimento”, dizem

Incapacidade do MPLA no Cuango

Quanto à incapacidade do MPLA, os partidos políticos na oposição apontam que, “dada a incapacidade governativa, ao invés de melhorar o que está bem, o MPLA piorou o que anda bem”.

Denunciaram ainda que, “o mais agravante, o partido localmente, por ter encontrado dificuldades em mobilizar a população de Cafunfo, escolheu a sede do Cuango, obrigando os militantes a preparar a tribuna por debaixo das chuvas”.

Acusaram também o partido governante de ter “obrigado a população a entregar  cópias de Bilhete de Identidade (BI) e Cartões de Eleitores, devido ao Projecto Kwenda, para que aderissem ao local do comício com a recompensa de 50 mil kwanzas, bem como a assinatura de uma declaração apoio a candidatura do MPLA, de acordo com o modelo em posse do portal Rádio Angola.

Radio Angola

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