Governador Rui Falcão com planos de transferir longe da cidade de Benguela professoras que contestam sua governação

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O governador da província de Benguela, Rui Falcão está em vias de assinar um documento que visa à transferência de duas professoras (Delfina Silvano e Sara Paulo), por sinal, activistas que têm contestado a governação de Benguela, cuja transferência poderá a um dos municípios do interior da província, por forma de “impedir as suas reivindicações em manifestações de rua”.

*Eduardo Ngumbe
Fonte: Rádio Angola

A activista Delfina Silvano é professora desde 2005 e dá aulas no primeiro ciclo de ensino na “Escola da Nain”, instituição comparticipada afecta à Igreja Evangélica localizada arredores da cidade de Benguela, já a Sara Paulo é professora do primeiro ciclo desde 2010 e lecciona na “Escola Primaria da Pecuária”.

Fontes deste portal avançam que, devido às constantes manifestações de rua promovidas pelas activistas contra a governação de Rui Falcão, o processo de transferência das duas professoras encontra-se em fase avançada e a qualquer momento Rui Falcão “vai assinar o documento”.

“Há um plano bem avançado em marcha engendrado pela governação local, que visa transferir duas activistas professoras do município sede para os municípios do interior com vista a silenciar as suas investidas”, disse a fonte que preferiu não ser identificada.

Sara Paulo e Delfina Silvano, têm dado corpo de um tempo a esta parte a diversas vozes que contestam a governação de Rui Falcão, muitas das vezes chegam mesmo a exigir a sua exoneração, facto que não tem agradado o governador de Benguela e o seu executivo.

De acordo com a fonte deste portal, o governador Rui Falcão chamou a si a responsabilidade de orientar o director provincial da educação de Benguela, Kalopa Mário, para que tratasse das guias de transferências das duas professoras para que, tão logo as aulas reiniciem, sejam encaminhadas para as escolas longe da cidade de Benguela, o que impedirá a mobilização e participação nas manifestações.

Sabe-se que, as activistas Sara Paulo e Delfina Silvano, são os rostos femininos mais visíveis que têm criticado a gestão de Falcão, que segundo elas, tem sido marcada pela “arrogância e prepotência”.

Na semana passada as professoras lideraram uma manifestação que visou contestar as demolições do bairro das Salinas e prisão do activista Emerson Marcos pelas autoridades de Benguela.

Sara Paulo e Delfina (licenciadas em direito) afirmam desconhecer da tal intenção e garantem que, vão continuar a exercer os seus direitos cívicos previstos pela Constituição da República.

“Se o governo sente-se incomodado com os nossos actos, isso nos dá mais forças de continuar com a luta”, afirmam.

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