Generais abusam das forças de defesa e segurança para expropriação de terrenos de camponeses no Lar Patriota
Localizado no município do Talatona, em Luanda, o terreno de 309 hectares, pertencente à associação de camponeses “ANANDENGUE”, tem sido nos últimos anos, a grande batalha dos camponeses, gerais e outras elites angolanas, que detém o poder político no país.
Rádio Angola
O assunto que é do domínio do Tribunal Provincial de Luanda, que chegou mesmo a ditar a sentença a favor dos mais de 500 camponeses, tem sido ignorado pelos mesmos responsáveis que dominam o poder público o país.
O advogado Sebastião Assurreira, que defende os legítimos proprietários dos terrenos, assegurou que, o investimento dessas figuras do Estado, comprova que muitos usam arrogância das funções que desempenham no governo para a prática da impunidade contra os cidadãos.
De acordo com o advogado, as forças de defesa e segurança (Polícias e Militares) não devem servir como defensores de dirigentes talhados na comercialização de terras.
“Existe muita gente que não quer acatar as orientações do tribunal, pensando que as funções também são leis”, assegurou o advogado, que defende a causa da “Ana Ndengue”.
Em conferência de imprensa realizada na semana passada num dos “terrenos em conflito”, a vice-presidente da Associação Ana Ndengue denunciou que, um cidadão identificado apenas com o nome de “Gegé”, apareceu no local, usando arma de fogo e ameaçou de morte os proprietários dos 309 hectares de terra.
Ainda sobre os “generais candongueiros”, os camponeses denunciam os nomes de Dino Matross, general Hendrick Neto, Wala, o comandante Provincial da Polícia de Luanda, general Leopoldino do Nascimento “Dino”, entre outros.
Entretanto, os camponeses denunciaram que o general Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, entrou no processo como mediador do conflito, mas segundo os responsáveis da Ana Ndengue, vendo os benefícios na altura, acabou por se envolver no negócio dos terrenos, o que terá espantado os donos dos hectares de terra.
Os camponeses acusam igualmente o malogrado general “Dinguanza”, que terá enganado os proprietários com a garantia de construção de residências para todos camponeses, como forma de indemnização, facto que dizem não ter acontecido.
“No fundo, era espaço para ganhar o tempo e burlar os hectares que são pertencentes aos camponeses associados à Ana Ndengue”, afirmam.
A Rádio Angola promete outras abordagens em torno deste “braço de ferro”, que envolve a cooperativa Lar Patriota e a Associação de Camponeses Ana Ndengue.