FRESCANGOL VENDIDA E TRABALHADORES SEM SALÁRIOS
A promessa feita no ano passado era de que, assim que a empresa fosse vendida, a direcção do ISEP avançaria com o pagamento dos salários em atraso, bem como a liquidação de subsídios referentes ao ano de 2015. Os funcionários dizem viver dificuldades para sustentar as suas famílias, vendo-se mesmo obrigados a fazer pequenos biscatos para sobreviverem
Os funcionários da extinta Frescangol, no Cazenga, dizem estar agastados com a direcção do Instituto do Sector Empresarial Público (ISEP), conduzida por Henda Inglês, pelo facto de, até ao momento, não cumprir a promessa de pagar os seis meses de salários em atraso e outros subsídios.
De acordo com os funcionários, que solicitaram o anonimato, a promessa feita no passado era de que, assim que a empresa Frescangol fosse vendida, a direcção do ISEP avançaria com o pagamento dos salários em atraso, bem como as liquidações dos subsídios referente ao ano de 2015 e a respectiva Segurança Social.
Para o espanto dos trabalhadores, a empresa foi vendida e a promessa não foi cumprida, situação que agrava ainda mais as dificuldades dos operários, que acusam de desonestidade do gestor máximo do Instituto do Sector Empresarial Público (ISEP), Henda Inglês, a quem acusam de causar instabilidade social aos funcionários da antiga Frescangol.
“Ele não aceita, até ao momento, pagar as dívidas dos trabalhadores. Não estamos a entender o comportamento do senhor Henda Inglês”, lamentaram os denunciantes que preferiram o anonimato.
Continuando, os funcionários disseram não haver necessidade de eles ficarem tanto tempo sem receber os respectivos salários, uma vez que, de acordo com os queixosos, o pagamento da venda da empresa foi feito na totalidade. “É bastante complicada a situação. Não há necessidade de o responsável do ISEP fazer isso connosco porque a Piquinalca, que é a empresa que comprou a extinta Frescangol, pagou o dinheiro na totalidade”, afirmaram as fontes, para quem a atitude que o dirigente está a apresentar é “desumana”.
A ISEP, segundo avançaram, dispõe de verbas, suportadas pela venda do recinto. O responsável é acusado de tentar dar um destino diferente a estes valores.
“Desconfiamos que existe o interesse por parte do dirigente do ISEP de tentar gastar o dinheiro e mandar-nos passear”, conjecturam.
Os mesmos disseram que a direcção da empresa Frescangol tinha decidido dar férias colectivas aos profissionais, alegando a degradação da instituição e, por conseguinte, a sua necessária reestruturação, mas tudo não passou de “malabarices”. “Venderam a empresa sem nos comunicar e agora estamos todos nesta situação, desempregados e sem por onde nos queixar, porque o que comprou a empresa é filho de um general”.
Por fim, denunciaram que, durante as férias colectivas que observavam, responsáveis da Frescangol saquearam meios da empresa como geradores, computadores e até mesmo viaturas.
O Novo Jornal procurou contactar o director do Instituto do Sector Empresarial Público (ISEP), Henda Inglês, mas sem sucesso.
Fonte: Novo Jornal