FALTA DE VONTADE POLÍTICA ESTÁ NA BASE DA CONTINUIDADE DOS MALES DA SECA NA MATALA

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Tales de Mileto defende a sua tese de que tudo tenha a origem a partir da água, esta teoria, pressupõe que o líquido precioso é a vida. De facto, entendo que a SECA é um fenómeno natural, que talvez as acções humanas não estejam na base deste fenómeno.

Por: Miúdo Tchitala/Projecto Okulinga

Porém, se analisarmos profundamente, podemos perceber que, as florestas atraem as precipitações das nuvens e consequentemente da chuva. Ao dar um olhar a redores da Matala, vê-se que não há florestas, e nem políticas que motivam a plantação de uma simples árvore ou um simples jardim, afirmo com sustentabilidade, pois o “Projecto Okulinga” no principiar deste ano, teve esta iniciativa em parceria com a Delegação Municipal da Agricultura na Matala, mas infelizmente por falta de condições de água que o projecto não tem o canteiro ora plantado se encontra em processo de desflorestação, dentre outras causas. Logo podemos deduzir que talvez sejamos culpados da seca.

Desde os finais do ano passado (Novembro e Dezembro), percebia-se que em 2019 haveria seca ou então carência de água, por causa das irregularidades das próprias quedas pluviométricas (chuva). Entendo que já se poderia tomar políticas e medidas no principiar do ano (janeiro) em curso para precaver esses e outros males que a seca trás, e não agora, que pode parecer muito tarde para a tomada de decisões, visto que o povo já está a morrer.

Eu assisto pessoas a morrerem por causa de diversos males da seca na localidade do Mulondo-Matala.

Todavia, é visível a preocupação das pessoas (cidadãos particulares) em adquirir o líquido. Se deslocares de manhã e de tarde ao vale de irrigação, vulgo “CANAL” verás notoriamente a demanda da população à busca do líquido, não se importando se outros banham e lavam no mesmo local, facto que também é uma ameaça à Saúde Pública.

Realmente, a minha preocupação está naquelas pessoas que moram distante do “CANAL” e nem um meio de transporte se quer têm para se locomover à busca da água.

Senhores Governantes, no caso destes que me referi a pouco, cismo que ficam?? Vão só morrer?? Ou vão transportar bidões na cabeça num percurso de 4 à 5 kms?? Sim! Refiro-me, por exemplo, de quem vive no bairro Muvale, Kahululu, km-7, km-9 entre outros.

Caros gestores entendam que esse problema da seca deve merecer realmente à vossa atenção primordial e ser a prioridade de tudo e para tudo, visto que a “Vida é o bem mais precioso sobre o planeta terra”.

Talvez alguém pode dizer, jovem porque falas da Seca sim no teu quintal tem água??? Sim tem!! Mas a maioria da comunidade Matalensa não tem. Graças ao meu avô que é do MPLA, e ocupa uma posição social na Matala, na minha casa tem água. Entretanto percebo que, quem mais sofre neste momento pelo fenómeno seca é alguém que não é nada como “EU” e nem pertence à Elite gigante. Que penas dos meus conterrâneos!! Que não têm um familiar Soba, Administrador, ou então, que não pertencem ao Gigante (MPLA).

Na verdade eu reconheço que a Elite merece que não pode deslocar-se quilómetros sem transporte a busca do líquido em causa, mas o povo também merece, eles seriam a prioridade meus caros políticos! Pois que a Constituição da garante-nos o grau de igualdade perante a lei.

Quando fiz algumas visitas em alguns bairros, com o intuito, de auscultar os problemas da comunidade minha prioridade, constatei que existem alguns furos de água, se assim posso chamar, que segundo os moradores, desde a sua implementação nunca passaram água. De facto fiquei equivocado ao ouvir aquelas declarações!

Agora a pergunta é se construiu para quê? Foi apenas um investimento desnecessário? Visto que os moradores não usufruem dos tais serviços. Construíram-se para embelezar os bairros? Refiro-me, o caso concreto do bairro Muvale dentre outros. Por favor, expliquem qual é o problema de não passar água chefes??

Para terminar, talvez poderia dar algumas sugestões, embora emprestáveis. Que tal a Administração da Municipal da Matala, propriamente os Serviços Técnicos distribuírem a água aos bairros ou localidades mais desfavorecidas. Excelências! Todos os bairros precisam de água não só os do casco urbano (propriamente o bairro Colonato, 11, Kalumbiro entre outros).

Como a fonte de água talvez neste momento seja só mesmo no “CANAL”, podemos consumi-la, na esperança de que, Deus pelejará por nós. Mas, importa que o governo local (Matala) intervenha, tomando assim políticas (pese embora parecer ser tarde) de como distribuir o líquido às famílias que não têm meios de transporte como a família do Guiguí e outras. Que infelizmente as condições financeiras nunca lhes permitiu adquirir um meio qualquer de transporte.

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