Estado de saúde de “Tanaice Neutro” agrava-se na cadeia de Calomboloca

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O estado de saúde do activista Gilson da Silva Moreira, mais conhecido como “Tanaice Neutro”, que recentemente esteve em greve de fome, agravou-se nos últimos dias, pelo que teve de ser evacuado de imergência para uma unidade sanitária para assistência médica.

A situação piorou e foi levado de para o Hospital da Unidade de Reacção Rápida (URP), órgão afecto ao Ministério do Interior (MININT).

Em denúncia pública partilhada pela activista Laurinda Gouveia, feita por activista Simão Cativa, descreve que, depois de dez dias de greve de fome, Tanaice Neutro sofreu uma recaída dentro da cadeia e, sem consentimento da família e do seu advogado, foi transferido inanimado da penitenciária de Kakila para o Hospital da URP pelos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (serviços secretos).

Segundo ainda a denúncia, depois de 24 horas, no Hospital da Unidade de Reacção Rápida, Tanaice Neutro foi transferido para o Hospital Prisão de São Paulo, onde supostamente recebeu assistência médica.

“Posto lá no Hospital Prisão do São Paulo, o Tanaice disse que o general Miala ligou para o seu homem que se encontrava no São Paulo, e este por sua vez, passou o telefone ao activista, tendo dito que devia parar com a greve de fome porque o seu processo já estava a ser revisto”, lê-se na denúncia.

Depois disto, Simão Cativa relata que o jovem activista foi levado para à cadeia de Calomboloca acompanhado de um médico nutricionista “porque o Tanaice Neutro está muito magro”.

“E, está semana, o regime mandou uma procuradora em Calomboloca para falar com os activistas Tanaice Neutro e o Adolfo Campos, de seguida, na quarta-feira o Tanaice pediu para que eu (Simão Cativa), Laurinda Gouveia e a Rosa Mendes fossemos para Calomboloca, a fim de falar com ele, pois o mesmo recebeu informações de que podia ser internado no Hospital Militar por conta de algumas doenças que ele contraiu e depois fazer hemodiálise”, reforçou.

Postos na penitenciária de Calomboloca, segundo Simão Cativa, “infelizmente não fomos permitidos ver o Tanaice, e os serviços penitenciários de Calomboloca ligaram para a mãe do Tanaice para vir com urgência em Calomboloca, pois o activista está mesmo internado em estado grave”.

“Tanaice Neutro” e outros três activistas foram detidos depois de uma manifestação de apoio aos mototaxistas em Luanda, em Setembro do ano passado (2023). Foram condenados nesse mesmo mês a dois anos e cinco meses de prisão por ultraje e injúrias ao Presidente da República, João Lourenço.

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