Conselho Islâmico de Angola lamenta falta de vontade política do Governo para legalização da organização no país

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O Conselho Islâmico de Angola (CIA) lamenta que, passados mais de 40 anos, desde a criação da primeira comunidade islâmica em Angola, o Estado não tenha legalizado o islamismo no país “por falta de vontade política do Governo”.

Rádio Angola

O descontentamento foi manifestado pelo secretário-geral do Conselho Islâmico de Angola (CIA), David Alberto Já, quando falava neste domingo à imprensa, em Luanda, à margem da cerimónia de empossamento da nova direcção do CIA, resultante do congresso realizado em Julho último.

“O problema da não legalização do Islão em Angola, consiste fundamentalmente, na falta de vontade política do Governo Angolano”, disse David Já, para quem “o governo tem a própria legislação e mecanismos internos jurídicos legais, para que possa reconhecer a organização”.

Para David Alberto Já, a Comunidade islâmica de Angola está no país há bastante tempo com mais de cem mesquitas implantadas em todo o território nacional, por isso, para garantir a legitimidade e interligação, com determinam os estatutos da organização, disse, “houve a necessidade da realização do congresso que visou à eleição da nova direcção”.

“O congresso foi realizado no dia 24 de Julho de 2021, e o que está a acontecer neste momento é o empossamento da nova direcção e certificação dos órgãos executivos do Conselho Islâmico de Angola”, explicou.

O secretário-geral do Conselho Islâmico de Angola revelou que a primeira comunidade islâmica em Angola foi constituída em 1978, e avança que, “de lá para cá ainda não conseguimos obter a personalidade jurídica do Estado Angolano”.

Lembrou que a comunidade “desenvolveu bastante no país”, sendo que “Angola é único país da África Austral, que ainda não reconheceu a religião islâmica”, frisou, acrescentando que “é uma religião milenar, tem mais de dois biliões de cidadãos muçulmanos em todo o mundo”.

Segundo David Já, Angola tem relações diplomáticas com os outros países, o que para ele, “torna-se vergonhoso o não reconhecimento, dando assim a entender como se fossemos gente fora da lei, o que não poder”, afirmou.

O responsável do COIA Somos angolanos, vivemos num Estado Democrático e de Direito, onde os direitos fundamentais dos cidadãos são cada vez mais acautelados. Isso complica o paradigma social e cultural do nosso país.

Novo Islão em Angola aposta unificação e reconhecimento pelo Estado

Altino da Conceição é o novo responsável do Conselho Islâmico de Angola, eleito no conclave de 24 de Julho, em Luanda, para um mandato de cinco anos.

Durante a cerimónia de empossamento, o presidente do COIA afirmou aos órgãos de comunicação social que, entre as prioridades consta a aproximação de todos os muçulmanos e tudo fazer dentro dos mecanismos legais a legalização da comunidade junto do Estado angolano.

“Neste mandato de cinco anos, os muçulmanos podem esperar de nós uma integração de todas as comunidades, reunificação de todos os membros muçulmanos em todo o país”, garantiu.

De 42 anos, Altino da Conceição, angolano de nacionalidade, no quadro da doutrina social, a organização vai trabalhar junto das comunidades mais carenciadas, incluindo os membros afectos à comunidade islâmica em Angola.

“Teremos uma grande presença nas famílias muçulmanos carenciadas e não só, e acima de tudo lutar pela legalização do Islão no nosso país”, sustentou.

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