Comité Regional da OMS para África-Angola reafirma compromisso com eliminação da cólera até 2030
Angola reiterou, esta semana, o seu compromisso firme com a eliminação da cólera até 2030, durante uma reunião de alto nível realizada à porta fechada, à margem da 75.ª Sessão do Comité Regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a Região Africana, em Lusaka, República da Zâmbia.
A ministra da Saúde de Angola, Sílvia Lutukuta, representou o país no encontro e apresentou os avanços e desafios enfrentados no combate ao surto de cólera que afecta Angola desde Janeiro de 2025.
“Estamos diante de um desafio de saúde pública que exige solidariedade regional, liderança nacional e resiliência comunitária. Angola continua empenhada na implementação do Roteiro Global para a Eliminação da Cólera até 2030, com acções firmes e coordenadas em todo o território”, afirmou a ministra.
Disse que a resposta de Angola tem sido marcada por uma actuação célere, coordenada e determinada, sob a orientação directa do Presidente da República, João Lourenço, que, desde o primeiro caso notificado, segundo Sílvia Lutukuta, assumiu pessoalmente a liderança política e estratégica do combate ao surto de cólera.
“A entrega do Presidente João Lourenço tem sido exemplar. Desde o primeiro momento, a orientação foi clara: proteger vidas e responder com responsabilidade e solidariedade. A nossa resposta nacional tem contado com uma liderança firme ao mais alto nível do Estado”, destacou a governante.
Desde o início do surto, Angola registou, até 20 de Agosto de 2025, um total de 26.886 casos e 779 óbitos, correspondendo a uma taxa de letalidade de 2,8%. O pico mais crítico ocorreu a 21 de Abril, com 337 casos notificados em apenas 24 horas.
Apesar da gravidade inicial, a ministra Lutukuta destacou que a situação tem vindo a estabilizar, sendo que, disse, “nos últimos dias, temos registado uma média de apenas 10 casos por dia e um óbito por semana, sinal evidente de que as medidas implementadas estão a surtir efeito”.
Entre as principais acções lideradas pelo Governo de Angola, ressaltou a reactivação da Comissão Nacional de Luta contra a Cólera, com desdobramento até ao nível municipal, a implementação de um Plano Nacional de Resposta, com enfoque multissectorial e forte participação comunitária e a mobilização de recursos internos para aquisição de medicamentos, vacinas, testes laboratoriais e materiais essenciais.
Apontou igualmente o reforço da vigilância epidemiológica, distribuição de água potável, promoção do saneamento básico, e instalação de centros de tratamento da cólera e pontos de reidratação oral em todas as províncias afectadas.
De acordo com as autoridades angolanas, mesmo diante da escassez mundial de vacinas, o país conseguiu assegurar 3,6 milhões de doses, alcançando coberturas superiores a 95% nas áreas mais críticas.
“Este sucesso só foi possível graças ao empenho das equipas de saúde, ao envolvimento das comunidades e ao apoio dos nossos parceiros. Mas também à liderança forte e visionária do mais alto nível do Executivo”, sustentou.
Durante o seu discurso, Sílvia Lutukuta destacou a importância da solidariedade continental e agradeceu o apoio técnico e logístico de vários parceiros internacionais, tendo sublinhado que “a luta contra a cólera é uma causa colectiva. África não estará livre desta doença sem que todos os países africanos atinjam a sua eliminação até 2030”.
A ministra da Saúde de Angola dirigiu um agradecimento especial à OMS, Africa CDC, UNICEF, Gavi, Banco Mundial, Médicos Sem Fronteiras – Bélgica e Alemanha, bem como às Equipas Médicas de Emergência de Portugal e Alemanha*, pelo contributo fundamental na resposta nacional.
“Que este encontro seja um marco de compromisso colectivo e renovado, para que possamos garantir um futuro de dignidade, saúde e prosperidade a todos os nossos povos”, finalizou.

