Comandante da Polícia em Luanda entra no “esquema” de terrenos no 11 de Novemnro
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Perto de cem camponesas estão concentradas desde as primeiras horas deste domingo, 12, no Comando Geral da Polícia Nacional (CGPN), com o intuito de manter um encontro com o comandante geral da corporação, comissário chefe, Arnaldo Manuel Carlos, para saberem do suposto envolvimento do comandante da Polícia Nacional em Luanda, Francisco Ribas, a quem acusam de ter interesses nos terrenos em litígio no município do Talatona, em Luanda.
Francisco Monteiro Ribas da Silva, comissário-chefe, foi nomeado, no dia 14 de Outubro de 2022, pelo Presidente da República, João Lourenço, para o cargo de delegado provincial do Ministério do Interior e comandante de Luanda da Polícia Nacional, em substituição do comissário-chefe Eduardo Cerqueira que passou a conselheiro do comandante geral.
Ribas exercia as mesmas funções na província do Huambo antes de ser indigitado para liderar Luanda.
Na altura em que foi apresentado aos efectivos do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, o comandante geral da corporação, Arnaldo Carlos tinha alertado sobre o não envolvimento dos efectivos em casos de terrenos na capital, um discurso que chegou de acalentar esperanças dos camponeses, que auguram por um clima de paz e harmonia em Luanda.
A mensagem tinha sido reiterada pelo próprio comissário-chefe, Francisco Ribas, que “afinal”, segundo as camponesas, “não passou de um charme para enganar os menos atentos enquanto preparava a estratégia” para o seu envolvimento.
O porta-voz dos camponeses, Daniel Neto, disse que existem provas evidenciadas sobre o envolvimento direito do comandante Francisco Ribas na usurpação de terrenos e aponta como facto provado o recebimento por parte do responsável da polícia em Luanda, uma parcela de terra em conflito, que de seguida vendeu a um empresário libanês, na zona do 11 de Novembro, no distrito da Cidade Universitária, no Talatona.
Para impedir com que as camponesas estejam no perímetro, o actual comandante da Polícia em Luanda, Francisco Ribas, assinou um documento (que não é da sua competência), que orienta os efectivos da corporação a usarem a força contra os “invasores” de terreno. “Tudo isso para defender os seus interesses”, disse uma fonte.
No espaço em causa, segundo revelou o comandante da Esquadra da Vila Kiaxi, identificado por “Mufuma”, Francisco Ribas terá recebido três a quatro hectares do subcomissário Joaquim do Rosário, comandante do Talatona, para que este continue a proteger os seus interesses pessoais usando o nome do Estado e os órgãos de defesa e segurança (Polícias e Militares).
“Antes falávamos do subcomissário Joaquim do Rosário de que está a ser protegido, pensávamos que fosse mentira, afinal é pura realidade”, afirmou Daniel Neto, director-geral da sociedade “Konda Marta”.
As camponesas que se encontram desde a manhã de domingo, 12, junto ao Comando Geral da Polícia Nacional (CGPN), pretendem que sejam recebidas pelo Comissário Arnaldo Carlos, aquém pretendem apresentar denúncias contra o seu subordinado em Luanda, Francisco Ribas, sobre o presumível envolvimento na venda de terrenos no município de Talatona.
As vítimas denunciam ainda que o actual comandante policial na capital “protege” o subcomissário Joaquim do Rosário, para que este preserve os interesses de Francisco Monteiro Ribas da Silva.
Além do comandante provincial de Luanda e do Talatona, Joaquim Dadinho do Rosário e Francisco Ribas, respectivamente, as camponesas apontam igualmente o envolvimento do tenente-general Rui Fernandes Lopes Afonso, comandante da Região Militar de Luanda, que terão construído condomínio nos terrenos de camponeses usando o nome e instituições do Estado.
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