COLÉGIO ILEGAL ENCERRADO DEIXA ALUNOS PREJUDICADOS NO BOCOIO
O colégio denominado Sanjuka, localizado no município do Bocoio, província de Benguela, foi encerrado pelo ministério da Educação por funcionamento ilegal. Em consequência, quase duas centenas de alunos estão fora do sistema escolar.
Texto de Pinto Muxima
São 150 estudantes que frequentavam vários cursos naquela instituição de ensino médio. A nossa reportagem contactou alguns que falaram sobre os prejuízos do encerramento forçado.
Luciano Jojó, um dos estudantes do curso de medicina geral, disse que sente-se bastante insatisfeito com o encerramento duma escola que estava ao serviço da formação de adolescentes e jovens do município.
Os encarregados de educação estavam gratos ao proprietário do colégio, que dá nome ao estabelecimento. “O senhor Sanjuka teve bom princípio porque neste município carece destas instituições para que a juventude se ocupem mais com tarefas positivas ao invés de juntarem-se a delinquências”, disse o pai de um aluno.
Agora, percebendo que a instituição não estava legal, os encarregados lamentam pela despreocupação do dono. Luciano, o jovem citado, também culpabiliza o governo local por ter permitido que uma instituição ilegal funcionasse durante três meses enquanto via muitos alunos a ingressarem nela.
Outro estudante da mesma instituição é Eugénio Zeferino, que avançou ser “necessária uma intervenção do governo local porque o senhor Sanjuka anda foragido e com o telemóvel desligado”. A presença do proprietário é requerida pelos estudantes e encarregados de educação para regularizar a situação para, assim, salvar o ano lectivo de centenas de alunos dentre os quais alguns pagaram vários meses adiantados e outros o ano completo.
Fizeram queixa à Polícia Nacional pelo que considera de burla mas, até ao momento, sem êxito. Pretendem, agora, levar o caso ao tribunal para ver se têm sucesso em reaver o dinheiro investido, disse Alberto Henriques, outra vítima do encerramento que estudava enfermagem geral.
Um segurança do colégio disse à RA que o proprietário é procurado também pelos trabalhadores após fuga de quatro milhões de Kwanzas. Para além dos trabalhadores e alunos lesados, disse que as instalações do colégio também eram arrendadas, pelo que Sanjuka não pagou as dívidas pelo arrendamento.