CIDADE DO LOBITO ASSALTADA POR AMONTOADOS DE LIXO
A população da cidade do Lobito, província de Benguela, diz-se preocupada com os amontoados de lixo que, nos últimos dias, assaltaram o centro e a periferia da cidade ferro-portuária, facto que segundo os moradores, configura uma ameaça à saúde pública.
Pinto Muxima Alberto | Lobito
Segundo um dos moradores que solicitou o anonimato, a cidade do Lobito “encontra-se em péssimas condições de higiene, um cenário que ofusca beleza daquela famosa cidade”. De acordo com o entrevistado, “é uma situação vergonhosa que dá a entender que não existe um governo local”, disse.
Na ronda efectuada pela reportagem da Rádio Angola, o ambiente é de preocupação no seio dos moradores, pois o lixo é visto por tudo quanto é canto da cidade, sob o olhar “silencioso da Administração Municipal do Lobito”. “Gostaria de saber o valor que o município do Lobito recebe mensalmente do Orçamento Geral do Estado. O governo não tem vergonha com as toneladas de lixo que inundaram a cidade?”, questionou outro cidadão visivelmente insatisfeito.
A população diz não entender o modo de governação do MPLA. Para os moradores do Lobito, o Executivo que dirige os destinos do país há mais de 40 anos, “tem estado sempre a brincar de governar, por isso, não existe nenhum interesse pelo povo sofredor”.
O lixo, afirmam os populares, provoca tantas doenças, como paludismo que pode aumentar porque quanto mais houver lixo, maior será o número de mosquitos que são causadores do vírus do paludismo e malária. “É uma situação lamentável que estamos a viver aqui e o governo vê isso todos os dias”, lamentam.
O repórter da Rádio Ecclésia, Tomás Dumbo considera que os angolanos “estão diante de uma governação baseada nos princípios diabólicos”, porquanto, no seu entender “tudo que prejudica o povo, não alegra Deus e logo, só poderia ser Satanás a governar este país”, referiu.
Para o também activista cívico: “Devia a haver da parte do governo a vergonha porque conforme se pode ver até mesmo o mercado Nosso Super está a lidar diariamente com lagoas de lixos, cujo mercado é onde o nosso povo faz as compras de seus alimentos diários”, disse.
Já, o estudante de medicina, Emanuel Ndembele, disse à Rádio Angola que, quanto mais o lixo estiver próximo dos cidadãos, facilmente as doenças se propagam, com maior incidência para a malária que “já tem estado a matar centenas de vidas humanas em Angola”.
Na visão do estudante de medicina, o governo sabe exactamente os perigos que o povo está sujeito com à exposição dos resíduos sólidos: “Em Angola não se aplica a saúde preventiva, que é manter as nossas cidades sempre limpas e distantes dos mosquitos, lamento ver tanto lixo na nossa cidade tão amada”, desabafou.