CIDADÃO TORTURADO ATÉ A MORTE POR AGENTES DE SEGURANÇA KADYAPEMBA
O incidente ocorreu dia 18 de Dezembro de 2018 quando o cidadão identificado por Yanvo Kamukosso Montanan, filho de Adelaide Namayamo, natural de Caungula, de 46 anos de idade, residente no bairro Bala-Bala, arredores da Zona Valódia, em Cafunfo, perante a situação de desemprego que assola a maioria dos populares da Lunda-Norte, decidiu ir à zona de garimpo na áreas de Kandongo, bairro Pone, procurar “meio de sobrevivência”, em companhia de mais outros garimpeiros, e ali foram abordados por agentes de segurança da empresa Kadyapemba. Tão longo tentaram fugir foram capturados e torturados, como contaram as vítimas sobreviventes.
Texto de Jordan Muacabinza
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Os familiares deram conta do falecimento depois dos companheiros terem regressado ao bairro, já no dia 19 de Dezembro de 2018. Foram recuperar o corpo que passou durante a noite na chuva descoberto, explicou o seu tio. Depois do sucedido, os familiares naquela tarde dirigiram até a polícia para pedir intervenção que removesse o corpo do local, mas os agentes em serviço alegaram que não podiam sair devido a chuva que caia naquela altura.
Para Suzety, familiar da vítima, “os rios que se extraem diamantes quem fez é Deus sem ajuda de ninguém, mas aqui nas Lundas sempre que os jovens vão garimpar são assassinados a olho num do governo. Porque não transferem o rio para a Cidade Alta?”
Os seguranças que estão envolvido neste caso foram identificados pelo nome de “Ferro Quente” e é ao mesmo tempo chefe do posto também, e outro por “Sapo”. Depois de trazerem o cadáver, os familiares decidiram que teria de ser conservado na morgue enquanto agradavam outros familiares que vinham do interior da província. A exemplo disso, dois cidadão também garimpeiros identificados na zona, denunciaram e testemunharam mais um acontecimento que ocorreu no dia 9 de Novembro de 2018, no qual os cidadãos Nelito Dino Pedro e Adilson Baptista Kafie foram abordados pelo agente “Kivota” da segurança Kadyapemba que lhes pediu 100 mil kwanzas para serem admitidos, mas estes entregaram apenas 50 mil.
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Nelito disse que tudo ocorreu na zona mineira do Kitubo, no bairro Pone, antiga zona mineira da Endiama. Completamente feridos, às 21 horas foram ainda obrigados a recolher mais de três mil tamins (peneiras que se utilizam para lavar cascalho) mesmo a jorrar sangue pelas costas. Depois de o director geral da segurança ter chegado mandou mudar outra vez a camisa para observar as feridas. O mesmo segurança “Kivota”, depois de receber 50 mil kwanzas, repartiu 10 mil kwanzas com o chefe da polícia do bairro Ngonga Ngola, para regressar ao Cafunfo.
Os garimpeiros explicam que foram até a investigação criminal fazer uma queixa. Em resposta, os investigadores Man-Nela e Luhame disseram que os seguranças iriam assumirem apenas o tratamento, e nada mais, “porque este caso não é grave”. Foi assim que foram levados num dos postos médicos identificados como Cinco Reis, no bairro Terra Nova, em Cafunfo.
Dada a situação, o repórter da Rádio Angola se deslocou ao posto médico onde estavam os seguranças implicados. Quando tentava entrevistar os garimpeiros, mais três seguranças saíram do posto e disseram que “o caso já estava na polícia e ali não se agravou, é você que vais agravar”. Subiram nas quatros motorizadas e se foram embora.