Caso IURD: Bispo Honorilton Gonçalves diz que doações dadas na “fogueira santa” serviam para manutenção da igreja
Na audiência de julgamento desta quinta-feira, 25, o arguido Honorilton Gonçalves disse que nunca teve acesso às contas bancárias da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD) e que só olhava pelas orientações das ovelhas na vertente espiritual.
Rádio Angola
Quanto aos bens doados a igreja especificamente no programa “fogueira santa”, o bispo fez saber que todas as doações era bem vindas e serviam para a manutenção da igreja.
O bispo da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola (IURD) definiu a fogueira santa como uma das mais altas actividades da sua congregação, cujo objectivo é a salvação das almas.
Questionado se a igreja avaliava as condições financeiras dos fiéis, Honorilton Gonçalves respondeu que os pastores não o faziam, pois “era impossível dado o número elevado de crentes”.
Confrontado pelo juiz da causa, Tutti António, se teve conhecimento de que a Igreja Universal do Reino de Deus recebia outras doações como casas, terrenos, carros e outros bens não dinheiro, o antigo líder da IURD em Angola respondeu não saber por não ter acesso a essas informações.
“Todo o dinheiro que entra, vai para às contas bancárias da igreja e eu não sou assinante de nenhuma conta”, explicou o bispo, acrescentando que, apesar de líder máximo da organização não tinha o poder decisivo”.
O advogado de acusação, David Mendes negou os argumentos do bispo da IURD e disse à imprensa que apresou em tribunal provas de documentos de compra de bens supostamente assinados por Honorilton Gonçalves.
Ainda na sessão desta quinta-feira, 25, o Ministério Público exibiu um vídeo do líder mundial da igreja, Edir Macedo, onde supostamente ensina os pastores como subtrair dinheiro aos fiéis.
Honorilton Gonçalves diz que o vídeo ora exibido foi alterado e que o mesmo é proibido no Brasil.
Nas suas alegações, Honorilton Gonçalves avançou que todo obreiro antes de atingir a categoria de pastor é submetido a uma formação por um responsável do sector.
O julgamento prossegue nos próximos dias com o interrogatório aos declarantes arrolados no processo.
E, o pastor António Miguel Ferraz, um dos arguidos que aguarda pela audição, manifestou tranquilo e acredita na sua absolvição, pois disse em breves declarações à imprensa que “não cometi absolutamente nada”.
O pastor da Igreja Universal do Reino de Deus afirmou que a justiça será feita porquanto “quem não deve não teme”, acrescentando que “aguardo com confiança que tudo vai corre bem”.