Camponesas instalam-se no portão da antiga sócia da “Konda Marta” para exigir explicação
Perto de duas centenas de camponeses concentraram-se na porta da residência da antiga sócia da empresa “Konda Marta”, no bairro Cassenda, distrito urbano da Maianga, em Luanda, com vista a obterem esclarecimentos sobre o seu posicionamento nos últimos meses, contra as camponesas que há anos aguardam pela indemnização.
Consta que, a dona Konda Marta, cujo nome deu lugar à “Sociedade Konda Marta”, tendo outro sócio o empresário Daniel Neto, tenente coronel das Forças Armadas Angolanas (FAA), aliou-se com os principais “rostos da invasão” de terrenos no Talatona (altas patentes da Polícia Nacional, das FAA administradores do município e do distrito), para convencer as autoridades de que as camponesas já foram compensadas.
Na semana finda, o comandante da Polícia do Talatona, subcomissário Joaquim Dadinho do Rosário teve uma reunião no seu gabinete com o seu grupo de avanço com a participação da senhora Konda Marta. No encontro, a antiga responsável das camponesas foi instruída pelas altas patentes a admitir publicamente ao Governo Provincial de Luanda (GPL) de que não conhece as referidas camponesas e que o grupo que reivindicava a titularidade do espaço já foi indemnizado.
Na noite desta terça-feira, 24, perto de duzentas camponesas caminharam do Distrito da Cidade Universitária, zona do 11 de Novembro, no Camama, até ao Cassenda para se instalar na porta da residência da dona Konda Marta, que ao se aperceber da vinda das camponesas, na sua maioria idosas, retirou de casa sem que fosse vista tendo orientado que a mesma não se encontrava.
As camponesas disseram que não sairiam do local sem que tivessem um encontro com ela e levá-las ao comandante de Talatona, Joaquim do Rosário. “Apercebemos-nos que a senhora Konda Marta está a ser corrompida pelo subcomissário da Polícia Nacional”, frisou uma das camponesas.
Afirmam que se deslocaram à residência da senhora com o propósito de “fazer confusão nem violência contra a Konda Marta”.
Desmentem que nenhuma camponesa foi indemnizada pelo projecto que construiu o Campus Universitário, por este facto, entendem ser mais uma manobra dos “invasores” para enganar o Governador de Luanda, Manuel Homem e a sua equipa.
As camponesas exigem mesmo que a senhora Konda Marta às leve ao comandante da Polícia de Talatona “para que diga quais as que foram indemnizadas e qual é o valor”.
Fontes avançam que a residência da antiga responsável da Sociedade Konda Marta está a ser reabilitada com fundos disponibilizados pelo subcomissário, Joaquim do Rosário, com forma de manter a senhora ao lado dos seus “interesses” nos terrenos em litígios.