CAMPO DA MORTE: CASO N.º 30: DROGA! O TIO ENFORCA-SE TAMBÉM

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VÍTIMA: Joaquim Diogo Bandessa, 42 anos, natural de Malanje

DATA: 6 de Janeiro de 2017

LOCAL: bairro Cambiri, município de Viana

OCORRÊNCIA:

Bandessa encontrava-se em casa de um vizinho quando viu um grupo de indivíduos a levarem a sua motorizada, que se encontrava estacionada lá fora. Testemunhas oculares relatam que “alguns deles estavam vestidos à civil, mas um deles tinha o colete de identificação do SIC”.

Em nome da família da vítima, António Patrício Diogo, conta que “um dos indivíduos ofendeu a minha mãe, e o meu irmão tentou reagir. O outro deu-lhe um tiro nas costas e ele correu para a casa de um amigo a pedir socorro. À porta do vizinho, deram-lhe mais três tiros nas costas”.

Segundo o seu depoimento, “depois de morto, em menos de cinco minutos, os polícias já lá estavam para recolher o corpo. Tudo aquilo parecia combinado, e a motorizada foi só uma emboscada”.

António Patrício Diogo afirma que o seu irmão Bandessa esteve detido uma vez por dez dias, em 2010, na Esquadra do Mirú, por venda de estupefacientes.

“No dia em que ele foi baleado, ainda fez vendas de estupefacientes”, revela o irmão.

“No Comando Municipal de Viana, o meu tio Martins Diogo Salomão foi informado de que o seu sobrinho [Bandessa] tinha sido abatido pelo SIC, por envolvimento no tráfico de drogas. Semanas depois [7 de Fevereiro], o meu tio enforcou-se”, relata António Diogo.

 

Fonte: «O campo da morte – Relatório sobre execuções sumárias em Luanda, 2016/2017», Rafael Marques de Morais

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