BENTO KANGAMBA AMEAÇA PROCESSAR BRASIL E PORTUGAL

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O general das FAA na reserva e dirigente do MPLA Bento dos Santos Kangamba anunciou numa entrevista à Lusa que pretende processar Brasil e Portugal e pedir indemnizações por causa de processos judiciais em que foi envolvido e que terminaram com decisões que lhe foram favoráveis.

Fonte: Jornal de Angola

A entrevista à Lusa foi citada, ontem, pelo jornal português Diário de Notícias (DN) e pela rádio TSF. Segundo as notícias em causa, Bento Kangamba considera-se “humilhado” pela actuação do Ministério Público brasileiro, que o indiciava por suspeitas de liderar uma rede de tráfico de mulheres para prostituição, e pelo Ministério Público português, que estaria a investigar o também dirigente do MPLA e investidor com interesses em diversas áreas por suspeitas de branqueamento de capitais. A verdade é que tanto no Brasil como em Portugal verificou-se que houve decisões judiciais que lhe foram favoráveis.

Segundo a Lusa, foi absolvido no Brasil e o inquérito que corria em Portugal foi arquivado. “Afectou a minha imagem, afectou a imagem da minha família, enfim, a do próprio povo angolano”, declara agora o general, contra quem chegou a ser emitido um mandado internacional de captura, por iniciativa do Brasil, mas que nunca foi cumprido.

Em Portugal, a investigação a cargo do Departamento Central de Investigação e Acção Penal chegou a realizar buscas em habitações que seriam suas e de familiares. “Foram seis anos difíceis, continuam a ser difíceis. Este processo [do Brasil] é que deu origem à caça ao homem, ao Bento ‘Kangamba’”, afirma o general, segundo a entrevista citada pela TSF, acrescentando que o visado “acusa, desde a primeira hora, a investigação em Portugal de recorrer a ‘notícias na Internet’, sobre o processo brasileiro, para tentar promover a acusação”.

Em Portugal, acrescenta o Diário de Notícias, estariam em causa suspeitas dos crimes de corrupção activa e passiva na forma agravada, branqueamento e falsidade informática, segundo informações prestadas em 2014 pela Procuradoria Geral da República. Ao abrigo deste processo, foram apreendidos milhões de euros em dinheiro e património ao general que investiu no futebol português, como patrocinador do Vitória de Guimarães. A decisão favorável mais recente, acrescenta este diário, data de Novembro de 2017, quando o Tribunal da Relação de Lisboa deu provimento ao recurso apresentado pela defesa em que pedia o arquivamento do inquérito.

“A verdade veio ao de cima. Sempre disse confiar na Justiça, no Brasil e em Portugal. Mas foi uma falta de respeito, uma humilhação e um insulto”, sublinha Bento Kangamba na entrevista à Lusa citada pelo DN e TSF.

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