Benguela: Degradação da ponte pode cortar circulação entre Cubal de Lumbo e sede do município do Bocoio

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O estado obsoleto em que se encontra a ponte sobre o Rio Cubal, que liga a comuna do Cubal do Lumbo à sede do município de Bocoio, na província de Benguela, inquieta os populares, que temem que o pior venha a acontecer – o desabamento da ponte construída de paus.

*Pinto Muxima | Bocoio
Fonte: Rádio Angola

A população diz que a ponte que agora “clama pela reabilitação” foi construída em 2016 pelo esforço do povo, que usou os seus próprios recursos sem ter recebido o apoio da administração do Bocoio, que na altura era dirigida por Deolinda Tchokondoka Valiangula, que actualmente exerce as funções de vice-governadora de Benguela para área económica e social.

Contaram que o povo consentiu o sacrifício e trabalhou “incansavelmente nesta empreitada, que no final de todo o trabalho, ficamos surpreendidos com a presença da senhora Valiangula, que com as fitas inaugurou a ponte”.

“Depois do corte da fita, distribuíram bebidas alcoólicas à população, colocando assim no seu relatório como se fosse um orçamento do Governo Provincial de Benguela e nunca mais voltaram no local, disse um dos habitantes do Cubal do Lumbo”.

À redacção da Rádio Angola chegaram várias reclamações da população do Cubal de Lumbo, quanto ao “estado caótico” em que se encontra há anos a ponte sobre o Rio Cubal, a única na região que facilita a circulação de pessoas e bens.

Para constatar a realidade no terreno, a reportagem da Rádio Angola deslocou-se até à comuna do Cubal do Lumbo, que dista a mais 30 quilómetros do Bocoio, a sede do município. No local, a população apela às autoridades no sentido de se fazer a manutenção da ponte em causa, para que, segundo os populares, “seja evitado o pior”.

O jovem Paulino Jinga manifestou-se preocupado com a situação, pois, disse, “num possível desabamento desta ponte que liga às demais aldeias, a população vai encontrar muitas dificuldades o sustento”, já que, de acordo o jovem camponês, “é onde sai o mantimento das pessoas por meio da agricultura”.

Paulino Ginga lamentou que os órgãos de comunicação social públicos “não abordam a realidade social das populações”, por este facto, a presença do repórter da RA, constituiu “uma oportunidade para apresentar o quadro real”. “Esses meios do Estado não gostam passar na integra as nossas queixas”, disse.

Para o citadino, o povo “sente-se aborrecido, porque a ponte foi erguida pela população que se sente na responsabilidade de construir a mesma, para facilitar o escoamento dos seus produtos agrícolas, que por falta de transporte estão a deteriorar-se nos campos”.

No local, a população diz que, com o surgimento da pandemia da Covid-19, as dificuldades aumentaram com a falta dos principais produtos da cesta básica.

A comuna do Cubal de Lumbo localiza-se a pouco mais de 30 quilómetros a norte do Bocoio e tem uma população estimada em mais de 30 mil habitantes, que se dedicam essencialmente a agricultura e a caça.

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