Angola: Convulsões sociais podem aumentar, diz dirigente da Associação Científica de Angola
Por VOA
LUANDA — O Secretário Executivo da, ACA, Fernando Guelengue avisou que na sequência da vitória do MPLA nas eleições há agora o risco das convulsões sociais aumentarem no pais.
Durante o período de campanha política para as eleições gerais, os partidos UNITA e MPLA apresentaram programas de governo cujo sector social contempla o atendimento das preocupações prementes da população.
Guelengue considerou que muitos cidadãos estão agastados com a vida precária da grande maioria.
“Teremos vários cenários sociais, entre as quais o aumento das convulsões sociais”, referiu o pesquisador autor do livro “Pobreza: O epicentro da exploração de menores em Angola”, lançado em 2014 no Brasil.
A criação de um sistema de saúde eficaz com a humanização dos serviços, o respectivo aumento da produção na prestação dos de serviços, a responsabilização da negligência médica são desafios que o MPLA já provou que é incapaz de realizar,segundo Fernando Guelengue que associa a saúde à investigação científica.
“Tudo dentro do contexto angolano e africano é possível, mas como não há aposta na pesquisa científica isto se reflecte no sector social e em áreas-chave como a saúde”, explicou.
No sector de ensino, Manuel Afonso, Investigador e Especialista em Ciências da Educação entende que constitui desafio, no quadro das políticas educativas, a formação de quadros em matéria de gestão escolar, uma vez que muitos deles estagnaram no tempo”.
“Outro elemento é a formação em exercício do professor. Muitos professores depois de terminarem a formação nunca mais actualizaram os seus conhecimentos dali termos dificuldades nas práticas educativas que concorrem para as falhas nas políticas educativas do Estado”, referiu o autor do livro “Pecados mortais no ensino, na aprendizagem e na avaliação: reflexões para as mudanças necessárias”.
Para Marcos Gingubaz, activista cultural as propostas para o sector social apresentadas durante o pleito eleitoral são apenas promessas pois é a prática que vai determinar a sua utilidade.
“A campanha eleitoral da UNITA apresentou pontos desafiantes que distorcem aquilo que são as políticas do MPLA. Apreciei com bastante atenção programas sociais de partidos como a CASA-CE que se propôs a desafiar o contexto. O programa da UNITA e do PRS deram muito destaque a questão do salário da função pública, tudo porque percebem que durante os últimos anos a função pública não mereceu a atenção necessária”.
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