Analistas sociais não vislumbram qualquer relevância ao Conselho Económico e Social criado pelo PR João Lourenço

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Os analistas sociais não manifestam qualquer esperança no novo Conselho Económico e Social (CES) nomeado pelo Presidente da República, João Lourenço, no que toca à solução dos problemas que afligem a população angolana.

No dia 20 de Dezembro, o Chefe de Estado angolano, indicou 43 individualidades para integrar aquele órgão descrito como sendo de “reflexão de questões de especialidade macro-económica, empresarial e social”.

Em comunicado de imprensa, a Presidência da República precisou que Lourenço prioriza “a auscultação social e a interacção com a comunidade empresarial, com as cooperativas, com a comunidade económica e científica, bem como com as associações que se ocupam do desenvolvimento sócio-económico da mulher e dos jovens, visando assegurar a sua participação mais activa nos aspectos de programação e de execução das tarefas do desenvolvimento nacional”.

Em declarações à Voz de América, o activista social André Augusto questiona os critérios e os requisitos que estiveram na base da escolha dos integrantes do conselho.

”É uma forma de acomodar alguma parte da sociedade civil, para calar as vozes críticas”, afirma.

Quem igualmente disse “não esperar muito coisa” do novo CES é o padre dos Gambos, Jacinto Pio Wacussanga, e líder da organização não governamental “Associação Construindo Comunidades (ACC), que acusa o Governo de, alegadamente, “fazer as coisas para as pessoas e não com as pessoas”.

“Se fosse um conselho com possibilidades de interagir com o Presidente da República era outra coisa, mas nomeado por ele não espero muita coisa”, afirma o prelado católico.

O director executivo da organização não-governamental Friends of Angola (FoA), Florindo Chivucute, também afirmou não ter muita esperança de que este órgão venha a atingir os objectivos para os quais foi criado.

“Criam-se estes órgãos mas os resultados parece que só o Presidente ou o partido no poder é que os veem”, sustenta aquele líder associativo.

A maioria dos membros do CES é composta por académicos, economistas, líderes associativos e empresários que já integraram o anterior CES, nomeado em 2020, do qual fez parte o conhecido jornalista, Carlos Rosado de Carvalho, que se retirou do grupo tempos depois.

O professor da Universidade Agostinho Neto e director do Centro de Estudos de Ciências Jurídico-Económicas e Sociais (CEJES), José Octávio Serra Van- Dúnem é o coordenador o CES que, entre outros, integra o empresário de Benguela, Adérito João Saramago Areias Pereira, o líder da Acção Para o Desenvolvimento e Ambiente, Carlos Cambuta, e o responsável do OPSA, Observatório Político e Social de Angola, Sérgio Calundungo.

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