Albinos em Angola denunciam discriminação e falta de apoio

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A falta de médicos especialistas em dermatologia, precisamente em cuidados da pele de pessoas com albinismo, foi apontada como uma das situações que contribuem para a má qualidade de vida dos albinos em Angola, levando alguns à morte por cancro da pele.
Texto de Simão Hossi
A Associação de Apoio aos Albinos de Angola, abreviadamente «4 As», comemorou, no dia 23 deste mês, o seu quarto aniversário desde a sua constituição legal. Com sede no município do Cazenga, Luanda, entretanto provisoriamente, segundo disseram, conta com representações nas províncias da Huíla, Uíge, Huambo, Moxico, Kwanza Sul, e brevemente inaugura sedes em Benguela e Kwanza Norte.
Segundo o seu presidente, Domingos Manuel Vapor, a falta de assistência médica especializada é uma grande preocupação da associação. Para além deste problema, Mariza, jovem membro da organização, denuncia a discriminação no emprego, acto condenável que reduz o tempo de trabalho em determinado posto, isto quando são empregados.
A aceitação do albinismo pela sociedade, no geral, e a discriminação no seio da família tem sido vivido principalmente pelas mulheres com albinismo. Segundo Mariza, 95 por cento das mulheres com albinismo são mães solteiras, e isto ocorre porque “não têm tido o mesmo respeito e consideração”.
Há também bastante discriminação às crianças com albinismo, chegando algumas a serem abandonadas mesmo, segundo Manuel Vapor, principalmente quando morrem os pais.
DIFICULDADES FINANCEIRAS
A associação enfrenta graves debilidades financeiras. Ela sobrevive das cotas dos seus membros, porém, poucos são os que têm capacidade para honrar com este ponto estatutário. Os poucos apoios que tem recebido não tem servido para desenvolver adequadamente o seu trabalho. Dentre as suas acções, consta o programa de informação que visa acabar com os mitos sobre pessoas com reduzida melanina, mitos que estão na origem de perseguições que culminam inclusive com assassinatos de indivíduos com albinismo.
O presidente da associação espera que, com o novo governo e nova ministra da Saúde, seja restabelecido o diálogo outrora realizado com aquela entidade governamental com vista a estabelecer um memorando entre a associação e o referido ministério. Um dos pontos que poderá constar do memorando é o subsídio aos protectores solares para protecção da pele para permitir com que mais pessoas com albinismo tenham acesso aos cosméticos que, lamenta, são vendidos caros demais, tendo em conta a situação económica dos mesmos, onde um protector solar custa, em média, dez mil Kwanzas.