MANIFESTAÇÃO DE EX-MILITARES: SETE “AGITADORES” DETIDOS

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Fonte: Maka Angola

Sete indivíduos considerados como os principais “agitadores” encontram-se detidos desde a passada quinta-feira, dia 26 de Outubro, no Comando da Região Militar de Luanda, por tentativa de manifestação.

“Houve uma tentativa de manifestação por parte dos ex-militares das FAA, que passaram à disponibilidade em 2014, 15 e 16, e a quem foi prometido enquadramento na Polícia Nacional”, revela fonte militar sob anonimato.

Dados recolhidos pelo Maka Angola indicam que cerca de 400 homens decidiram marchar a partir do Regimento da Polícia Militar, no bairro Grafanil, no município de Viana, até à Direcção Principal de Quadros das Forças Armadas Angolanas (FAA), na Maianga, e ao Comando Geral da Polícia Nacional, na Baixa de Luanda.

“A manifestação foi travada pela via do diálogo. Mas, sete indivíduos estavam demasiado agitados e, por falta de respeito às autoridades, foram detidos e conduzidos aos calabouços do Comando da Região Militar de Luanda”, esclarece a fonte.

O grupo pretendia manifestar-se contra a morosidade no seu processo de enquadramento. “O processo está sob responsabilidade da Polícia Nacional. Os ex-militares desconfiam de que o mesmo esteja eivado de corrupção e que estejam a ser enquadrados elementos estranhos ao processo”, explica a mesma fonte militar.

Segundo apurou o Maka Angola, a Polícia Nacional solicitou ao exército um número considerável de desmobilizados para proveito da sua experiência militar, com vista a reforçar a sua capacidade. No entanto, o processo de triagem exige que os candidatos tenham menos de 35 anos, bom estado de saúde e, como habilitações literárias mínimas, a oitava classe.

Depois da tentativa de protesto, no dia seguinte a Polícia Nacional concluiu o processo de selecção dos desmobilizados, tendo já enviado alguns para o seu centro de formação.

Os sete detidos, cujas identidades ainda estão por determinar, são os primeiros a passar pela cadeia, na era presidencial de João Lourenço, um mês após a sua tomada de posse, devido ao exercício do direito à manifestação.