Agente da Polícia de Guarda Fronteira espanca brutalmente cidadã de 23 anos em Cafunfo

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A brutalidade policial contra os cidadãos na região do Cuango, província da Lunda-Norte, tem aumentado anualmente, com maior incidência no sector diamantífero de Cafunfo.

*Jordan Muacabinza|Cafunfo

A população local apela aos órgãos de direito com vista a se colocar fim às violações constantes de direitos humanos, protagonizadas, na sua maioria, por agentes da Polícia Nacional (PN) e da Polícia de Guarda Fronteira (PGF).

O caso mais recente foi supostamente praticado por um presumível efectivo da Guarda Fronteira, identificado pelo nome de José Kapenda, também conhecido pelo “PEPSI”, pertencente à 6ª Unidade da Polícia da Guarda Fronteira em Cafunfo, acusado de ter espancado uma mulher de 23 anos, que responde pelo nome Ana Rosário José Munsumari.

A vítima que se encontra internada no Hospital Geral de Malange, onde foi transferida, segundo familiares, está entre a vida e a morte, após ter sido submetida a duas operações cirúrgica em consequência aos espancamentos sofridos do agente policial.

No dia em que foi agredida e, dada a gravidade da situação, os familiares levaram a mesma para o Hospital Regional de Cafunfo que, depois da ecografia os médicos informaram à família sobre a necessidade da paciente ser transferida para à sede do Município do Cuango, mas posto lá, os médicos emitiram de imediato uma guia de evacuação à cidade de Malange.

Segundo os familiares, o agente que cometeu crime, ao invés de ficar detido está a circular normalmente nos arredores da vila de Cafunfo, pelo que, pedem a quem de direito a responsabilização criminal do presumível infractor.

Os pais da vítima apresentaram uma queixa-crime na 2ª Esquadra da Polícia de Cafunfo, que deteve por algumas horas o agente em causa, enquanto a jovem espancada esteve a receber os primeiros socorros, “mas como o agente goza de influência na sua unidade, não se sabemos quem orientou colocar o mesmo em liberdade”, afirmaram os pais, acrescentando que o estado de saúde da filha agrava-se a cada dia que passa.

Membros da sociedade civil exigem responsabilização criminal do agente da Guarda Fronteira

Reagindo a situação, vários membros da sociedade civil na região do Cuango, defendem o combate à impunidade, pelo que exigem a responsabilização do efecto em causa e instam ao mesmo tempo ao Comandante Provincial da Lunda-Norte, Gerson Manuel para o fim da brutalidade policial contra os cidadãos indefesos.

Lembram que, acções do gênero têm sido recorrente em Cafunfo, sem que os seus actores sejam punidos exemplarmente.

“Toda agressão física e ou espancamento, tortura constitui crime e, qualquer cidadão que cometer esse acto, seja quem for tem de ser responsabilizado criminalmente, por isso, apelamos ao comandante provincial a tomar medidas”.

Actos de violência de agentes da autoridade contra cidadãos

Os activistas lembraram ainda que, muitos casos foram denunciados à imprensa e nas redes sociais, como é o caso do agente do SIC conhecido por Vadinho, que tinha espancado o activista e defensor de direitos humanos, Jordan Muacabinza em cafunfo, este agentes continuam em Pune sub protecção dos seus chefes; e outro agente espancou o activista Zacarias Embandambela em Cafunfo, o mesmo continua em liberdade.

Agentes da Polícia da URP, recentemente espancaram o director do “Colégio Orgulho de Ser em Cafunfo”, mas esses agentes, segundo os activistas, continuam sob protecção da Polícia. “Afinal, entra na prisão quem for apanhado com pedras de diamantes, ou só tem de ser activistas?”, questionam.

Para os defensores de direitos humanos, são actos que devem ser condenados energicamente por constituírem um atentado à dignidade da pessoa humana “e exigimos que se faça justiça, e que os agentes sejam responsabilizados por esses actos, porque a lei serve para ser aplicada para todos aqueles que cometem crimes”.

Radio Angola

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