ADMINISTRADOR DO “ASA BRANCA” ACUSADO DE SUBIR PREÇOS DAS TAXAS PARA BENEFÍCIO PRÓPRIO

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Dezenas de vendedores do conhecido mercado do “Asa Branca”, no município do Cazenga, em Luanda, manifestaram-se na manhã de terça-feira, 14/05, contra às medidas do administrador do referido mercado, Pedro Estêvão, a quem acusam de ter aumentado os valores das taxas mensais e diárias de forma “exorbitante para o benefício próprio”.

Texto de António Raimundo

Em entrevista à Rádio Angola no local do protesto, os feirantes lamentaram a atitude do actual gestor do mercado dada às dificuldades que os mesmos enfrentam nos seus negócios. Na manifestação, os vendedores do “Asa Branca” “exigiram” que as taxas que são cobradas pela gestão do mercado, estejam em conformidade com às que são praticadas nos demais mercados do país.

O vendedor Domingos Buba, proprietário de uma Boutique, lembrou a nossa reportagem que o antigo administrador do “Asa Branca” “era flexível com o vendedores”, mas desde que receberam o novo administrador, Pedro Estêvão, disse, o seu trabalho ficou dificultado.

O vendedor de roupas e calçados revelou que, o administrador Pedro Estevão aumentou a taxa de 6.500 kwanzas para 13 mil por mês. A direcção do mercado, segundo os vendedores, justifica a medida argumentando que os dez mil kwanzas servem para o pagamento do espaço arrendado e os três mil são repartidos ao meio para o pagamento dos seguranças e a empresa que garante a limpeza e o saneamento do mercado em causa.

“A empresa que recolhe o lixo pertence ao senhor Januário, irmão do ex-administrador municipal do Cazenga, Tany Narciso”, denunciou Félix Fernando, outro vendedor descontente com à medida, para quem durante muito tempo a actual empresa de limpeza funcionou no mercado dos kwanzas e agora mandaram a mesma para cá, e para a qual, temos de pagar mensalmente por cada Boutique 1500 kwanzas”, lamentou.

Dona Maria, é outra feirante descontente, por este motivo participou do protesto contra a subida das taxas. Agastada com a situação, a cidadã que disse ter no mercado a única fonte de sobrevivência, referiu que “está saturada com a violência verbal e física dos ficais do mercado”, e ao mesmo tempo sublinha que não está de acordo com o aumento dos valores da taxa que doravante passa a vigorar no “Asa Branca”.

Disse que, para o seu caso, anteriormente pagava na sua bancada 200 kwanzas como taxa mensal e que agora subiu para 700 kwanzas, para além do pagamento de 1000 kwanzas para o “salário dos seguranças”. A vendedora disse ainda que ofeirantes do “Asa Branca” são obrigados a sentarem nas cadeiras “providenciadas” pelos fiscais e têm de pagar por cada cadeira 100 kwanzas, já que, quem for encontrada a vender com a sua própria cadeira “é confiscada para nunca mais ser devolvida”.

À Rádio Angola, os vendedores denunciaram também que tem sido constante os actos de agressões físicas por parte dos supostos fiscais contratados pela administração do mercado. Joana Afonso, vendedora de produtos diversos como arroz, massa, feijão, omo, sabão e outros meios, revelou a nossa reportagem que já “presenciou vários incidentes de violência física” contra vendedoras.

O caso mais recente, contou a senhora, aconteceu com a sua irmã que estava em estado de gestação e ao ser agredida, dias depois, deu à luz de forma “prematura”.

“Estamos a manifestar contra à administração do mercado Asa Branca para mostrarmos o nosso descontentamento contra à corrupção, aumento das taxas diárias e mensais, bem como contra todo tipo de violência dos fiscais contra os vendedores”, gritavam com os cartazes exibidos durante o protesto, acusando igualmente o gestor do espaço de “ser um homem não dado ao dialogo”.

Reagindo às acusações, o administrador do referido mercado Pedro Estêvão, em entrevista à imprensa, negou os argumentos dos vendedores, tendo garantido que “em nenhum momento orientou a subida dos preços das taxas mensais e diárias”.

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