ADMINISTRAÇÃO DE CAIMBAMBO IMPEDE ACTIVIDADE DA OMUNGA

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Na noite de quinta-feira, 26, um grupo de activistas e rappers partiu de Luanda para Benguela com intuito de interagir com o pessoal das terras de Ombaka, no campo da consolidação da paz. A excursão está sendo organizada pela organização não-governamental OMUNGA no que a mesma chama de “Construção da Paz”.

O grupo de Luanda é constituído por dez activistas e cinco rappers, mais dez de Benguela. O grupo de Luanda chegou por volta das 4 horas e 45 minutos à cidade de Benguela e às 9h45 minutos partiu para o município de Caimbambo onde pelas 12h00 teria encontros com as entidades daquela municipalidade, nomeadamente, administrador local, autoridades tradicionais, religiosas e representantes dos partidos políticos, e às 13h00 rumaria para a aldeia da Lómia, onde manteria contactos com o soba local e o director da escola com o nome da comuna que seria beneficiada com material didáctico (livros, lápis, borrachas, cadernos, etc), e mais tarde teria uma partida de futebol com os jovens locais.

A comitiva vinda do Lobito chegou ao local quando eram 11h40, tendo encontrado as entidades locais. A equipe de Luanda liderada pelos activistas Mbanza Hamza, Leonardo Kossengue e Hitler Samussuku, e a de Benguela liderada pelo jovem Prata, pediu explicações à secretaria da administração e a informação que obtiveram por parte de uma funcionária era que deviam aguardar. Quando eram 13h a resposta vinda da administração era que o administrador principal estava ausente tendo o vice ocupando-se de todas as actividades locais.

Hitler e Prata contactaram o vice-administrador no sentido de saber e informar a presença dos activistas naquelas paragens. A resposta foi que o mesmo não tinha conhecimento da presença dos activistas na sua área de jurisdição pelo que tinham de escrever para o administrador local e o governador provincial. O representante da Omumga mostrou os documentos enviados às entidades que o vice-governador mencionou mas o mesmo disse que nada sabia do assunto por isso pediu aos excursionistas para que não ficassem no local, nem fossem à Lómia. Esta informação ameaçadora em tempo de paz deixou os activistas estupefactos e indignados.

Hitler Samussuku insistiu ao vice-governador pelo telefone usando a Constituição da República de Angola e as respostas que obteve mostrava desconhecimento total desta carta magna aprovada em 2010 pelo MPLA e pela Nova Democracia. Tristes e revoltados, os activistas decidiram ir para o almoço para mais tarde regressar ao Lobito já que o discurso da entidade local fugia muito do propósito da actividade que é a “Construção da Paz” que, segundo estatísticas do maior partido na oposição angolana UNITA, Benguela é a província que mais registrou maior número de morte pela intolerância política em tempo de paz.

Arante Kivuvu, Ngadiama, Wyma Nayobe, Graciano Brinco, Nicola, José Patrocínio, Jaime MC, Utukidi, Dago, Malabiocha, e activistas de Benguela ouvidos pela nossa equipe de reportagem presente no local mostraram indignação total.

Continuaremos aqui a acompanhar esta actividade até segunda-feira, dia em que o grupo regressará de Benguela para Luanda.

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