Activista morto na manifestação de 11 de Novembro vai a enterrar neste sábado no Cemitério do Catorze em Luanda

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O funeral de Inocêncio de Matos, o jovem manifestante morto no dia 11 de Novembro, em Luanda, vai ser finalmente realizado neste sábado, 27, no cemitério do Catorze, município do Cazenga, depois de efectuada, nesta quinta-feira, 26, a segunda autópsia, requerida pela família.

Segundo o “diário estatal”, a referida autópsia, uma pretensão motivada pelas dúvidas que a morte do activista causou junto de familiares e amigos, foi acompanhada por um fotógrafo indicado pelos parentes de Inocêncio de Matos. Esta questão tinha sido objecto de um braço-de-ferro entre a família e a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Num primeiro momento, a PGR rejeitou concretizar a segunda autópsia devido às exigências dos familiares. Inocêncio de Matos, 27 anos, era estudante do terceiro ano de Ciências da Computação na Universidade Agostinho Neto. Morreu no dia 11 de Novembro, na Avenida Hoji ya Henda, em Luanda, em circunstâncias ainda por apurar, quando o grupo em que seguia foi interceptado por agentes da Polícia Nacional.

A PGR, na primeira autópsia (realizada sem a presença dos familiares ou dos seus representantes legais), indicou que a morte ocorreu na sequência de ofensa corporal “com objecto de natureza contundente”. A família de Inocêncio de Matos desconfia desta versão.

Hoje, durante o encontro do Presidente da República com mais de 100 jovens, foi cumprido um minuto de silêncio em homenagem a Inocêncio de Matos. João Lourenço afirmou que “as autoridades estão preocupadas e que a PGR já abriu um inquérito”, para apurar as circunstâncias que ocorreu a morte do activista.

João Lourenço garantiu ainda que foram dadas “instruções às autoridades para evitar ao máximo armas de fogo” e privilegiar a utilização de jactos de água e gás lacrimogéneo “que são meios de persuasão usados por toda a polícia” em todo o mundo.

“A nossa posição é que a Polícia Nacional deve sempre acompanhar a manifestação, até para proteger o próprio acto e para proteger o bem público, bem como manter a ordem e sempre que possível deve evitar excessos”, vincou o Chefe de Estado.

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