ESCOLA E CRECHES DA VIDA PACÍFICA PERTENCEM AFINAL AO GRUPO CHINA INTERNATIONAL FUND
Responsável da empresa afirma que o investimento é muito elevado e por essa razão os empreendimentos não podem ser doados ou oferecidos.
A escola e as duas creches construídas no condomínio Vida Pacífica, no Distrito Urbano do Zango, município de Viana, pertencem, afinal, ao Grupo chino-angolano CIF (China International Fund) e não à Direcção de Luanda da Educação, como era de supor. De acordo com informação avançada ontem pelo responsável do projecto urbano, Wang Mengxuan, a escola é um investimento do CIF, mas existe a possibilidade de ser vendida ao Estado ou a entidades do sector privado.
“Muitas entidades já visitaram a escola e as creches, mas, até agora, não nos foi apresentada qualquer proposta relativamente à compra destes empreendimentos. Por essa razão é que se encontram ainda fechadas”, sublinhou.
Sobre as condições actuais das infra-estruturas, Wang Mengxuan informou que ainda não têm ligação à rede eléctrica. Outro factor que condiciona a venda, segundo a fonte, está relacionada à legalização do projecto.
Wang Mengxuan esclareceu que tudo está a ser feito para que o processo seja concluído em breve e, posteriormente, se decida pela abertura da escola e das creches. “A nossa empresa fez um investimento muito elevado na construção da escola e das creches. Por essa razão, não podem ser doadas ou oferecidas”, referiu Mengxuan.
As estruturas encontram-se fechadas há mais de cinco anos. Segundo moradores da área, a escola e as creches estão a ser vandalizadas por marginais, por estarem inoperantes. Os assaltantes têm retirado toda a loiça sanitária, contam o moradores.
Descontentamento
Moradores da centralidade e das imediações estão descontentes com a situação, porque vão continuar a percorrer quilómetros com os filhos, até ao centro da cidade, numa viagem que geralmente começa às 4h00.
“O meu filho estuda numa escola situada no 1.ºde Maio e sou obrigada a acordar todos os dias às 4h00, para o deixar mais cedo à porta da escola. Vezes há em que chegamos cedo demais e somos obrigados a ficar no carro para dormir mais um pouco, apesar dos riscos”, contou a moradora Maria Paulo.
A situação está a ficar cada vez mais difícil para muitos habitantes da zona, sobretudo para aqueles que têm os filhos a estudar em colégios privados, que, quase sempre, nesta altura, anunciam um provável aumento no valor das propinas.
“Muitos colégios este ano subiram o valor das propinas. É uma situação que não aceitamos, porque temos uma escola tão próxima. Mesmo assim, fazemos sacrifícios para chegar cedo ao centro da cidade. Para os adultos a situação pode, até, não afectar tanto, mas para uma criança já é mais complicado. É um risco para a saúde das crianças, obrigadas a acompanhar a rotina diária dos pais, que trabalham na cidade”, acrescentou.
No distrito do Zango existe apenas uma escola pública, localizada no Zango III, o que faz com que muitos encarregados de educação recorram a instituições de ensino privadas, por causa da distância a que estão da única instituição pública.
Os números de Luanda
Luanda conta, para o presente ano lectivo, com 2.291.216 alunos e 45.449 salas de aula. A distribuição por graus é assim feita: com 3.197 salas de aula para o Ensino Pré-Escolar; 21.922 salas, para o Ensino Primário; 16.240 salas para o Primeiro Ciclo; 4.536 salas para o Segundo Ciclo; 2.588 salas, para o Ciclo Médio-Técnico; 102 salas, para Formação de Professores e 6,1 para Formação de Técnicos, de acordo com André Soma, director provincial da Educação de Luanda.
Na mesma esteira, o ensino Pré-Escolar conta com 79.933 estudantes; o Ensino Primário, com 1.096.106 estudantes; o Primeiro Ciclo, com 812.005 alunos; o Segundo Ciclo, com 204.121 estudantes; o Médio Técnico, com 93.192 alunos; a Formação de Professores, com 3.684 estudantes e 2.208, para a Formação Técnica.
A contabilização geral resulta em 2.291.216 alunos e 45.449 salas de aula. André Soma, que fez este anúncio no acto de abertura do ano lectivo 2018, na passada quinta-feira, no Cine Atlântico, realçou que a reabilitação e construção de novas salas de aula permitiram colocar no sistema de ensino, pela primeira vez, 165.862 alunos, sem contar com as salas construídas sob iniciativa particular.
Capacitação
Por outro lado, foram capacitados 69 formadores, para o Ensino Especial; 60 para o Ensino de Adultos, 70 para o Ensino Médio e 630 para o Primeiro Ciclo. Entre os docentes, 179 formadores vieram das províncias de Cabinda, Cuanza -Norte e Sul e 58 educadores são de Luanda. O director provincial da Educação informou que o primeiro trimestre vai de 1 de Fevereiro a 18 de Maio. A pausa pedagógica é entre 7 e 18 de Maio.
O segundo trimestre começa no dia 21 de Maio e termina a 24 de Agosto. As férias dos estudantes serão de 13 a 24 de Agosto. O terceiro trimestre decorre de 27 de Agosto a 14 de Dezembro. As férias, para os alunos da 1ª à 11ª classes, começam no dia 3 de Dezembro. Da 6ª à 12ª começam no dia 15 de Dezembro. As férias para os professores vão de 17 de Dezembro a 16 de Janeiro de 2019.
Fonte: Jornal de Angola