Secretário da UNITA no Cazenga apela união da população para alternância do poder em 2027

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O responsável da UNITA, no município do Cazenga, um dos mais populosos de Luanda, deixou o seu gabinete na quarta-feira, 11, e foi ao encontro das famílias, que ainda ressentem as consequências das chuvas, que nos últimos dias, se abateram na capital.

A constatação de Jeremias Mahula começou na Comissão, nas proximidades do Hospital dos Cajueiros, onde o cenário degradante, segundo os moradores, repete-se todos os anos, devido à falta de saneamento básico.

O também deputado à Assembleia Nacional, manifestou o seu desalento com as condições sociais dos moradores do Cazenga, tendo classificado de “incompetência” da administração local, que na visão de Jeremias Mahula, “não consegue garantir o mínimo às populações”.

“O que estamos a pedir é a união de todos para que, em 2027, haja alternância do poder”, disse à imprensa Jeremias Mahula, acrescentando que, para haver uma mudança, também estamos a pedir ao cidadão, que tenha consciência do seu sofrimento”.

Para o secretário municipal da UNITA no Cazenga, o MPLA – partido no poder há 49 anos, desde a proclamação da Independência Nacional, “já não serve para os angolanos. O que ele fez de bom ou de mau, já não nos importa”, disse.

No Cazenga, o Club-K, constatou ruas inundadas, avenidas intransitáveis bem como a penetração das águas em residências dos cidadãos. O cenário que preocupa os munícipes, contaram que todos os anos, enfrentam a mesma realidade, que segundo os moradores, “sob o olhar silencioso das autoridades que governam”.

“O governador, a administradora distrital, a administradora municipal, desde manhã, que cessaram as chuvas, não veio nenhuma entidade para constatar os problemas que assolam os munícipes”, lamentou Jeremias Mahula, para quem “a administradora tem de saber que, foi colocada para servir o público e não para se servir”.

“Quando a administradora vem para se servir, o governador vem para se servir, o ministro vem para se servir, quando o Presidente da República vem para se servir, e não temos ninguém que preste contas ao cidadão, significa que o país está mal”, reforçou.

“Como a chuva é o fiscal de todas as obras que se fazem neste país, nós acordamos com essa novidade e recebemos a comunicação dos moradores que a situação continua. E não era novidade, poderia continuar, porque não se fez nada durante o ano, para inverter o quadro”, acrescentou.

O parlamentar da UNITA apela igualmente ao actual governador de Luanda, Luís Nunes e à administração municipal do Cazenga, na pessoa da sua titular, Nádia Neto no sentido de resolverem o problema do saneamento básico nos bairros do Cazenga.

Jeremias Mahula entende que “esses problemas só poderiam ser resolvidos se fosse aprovado o último pacote autárquico, porque sem as autarquias locais esse problema não vai ser resolvido, porque o governo do MPLA não tem vontade de resolver os problemas do povo”.

“O MPLA tem vontade de continuar a roubar o dinheiro desse povo e fazer esse povo sofrer”, sinalizou.

A população clama por uma intervenção urgente do Governo Provincial de Luanda (GPL) e da Administração Municipal do Cazenga (AMC).

“Vivemos nestas condições péssimas há muitos anos, o que já não aguentamos”, desabafou um dos moradores, que falou do aumento de casos de paludismo no bairro devido ao aumento de águas paradas.

CK

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