UNITA abandona CIVICOP por violar princípios da sua criação

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O partido UNITA anunciou publicamente a sua retirada definitiva da Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), por entender que os princípios pelos quais foi criada foram violados por parte do Governo.

O anúncio foi feito esta quinta-feira, 21, em conferência de imprensa pelo presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior, que avança que a CIVICOP permanece “refém dos interesses espúrios do regime”.

“A UNITA vem por este meio declarar ao povo angolano e perante a opinião pública nacional e internacional, que decidiu cessar a sua presença na Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP)”, anunciou ACJ.

No entendimento da UNITA, “a CIVICOP é hoje uma estrutura à mercê da propaganda fermentada nos laboratórios de ódio do regime”, pois disse o político trata-se de um correia de transmissão da “pequena política destilada pelo MPLA e tendo como actores indivíduos que viraram às costas à ética, à deontologia profissional e ao espírito patriótico”.

Adalberto Costa Júnior revelou que o seu partido declina a sua participação neste organismo, por na sua visão, “permanecer refém dos interesses espúrios do regime, como temos observado em diversos eventos e situações ocorridos ultimamente, não servindo assim para os fins que presidiram a sua criação: os da reconciliação nacional e da pacificação dos espíritos em Angola”, frisou.

O maior partido na oposição em Angola, disse Adalberto Costa Júnior tomou tal decisão porque o Governo “vem sistematicamente violando os princípios pelos quais a CIVICOP foi criada”.

Segundo o líder do partido fundado por Jonas Savimbi, elementos ligados à segurança do Estado “assaltaram” a comissão, criando “um verdadeiro clima” que não ajuda a reconciliação nacional em curso no país.

A UNITA considera ainda que “o partido no poder utiliza a CIVICOP para estimular o ódio, com informações que minam a reconciliação nacional”.

A Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas dos Conflitos Políticos (CIVICOP), foi criada por decreto presidencial em Abril de 2019, tendo por missão elaborar um plano geral de homenagem às vítimas dos conflitos políticos ocorridos nesse período, sendo uma iniciativa do Presidente da República, João Lourenço, no âmbito do processo de reconciliação entre os angolanos.

Adalberto Costa Júnior avançou que “de lá para cá a CIVICOP tem sido, efectivamente, um órgão envolvido em permanentes ciladas e embustes”, sublinhando que “a credibilidade da CIVICOP e do governo angolano está totalmente posta em causa, quando aqueles que levaram até ao final a verificação das ossadas, concluíram que as mesmas não pertenciam aos seus entes queridos”.

O líder da UNITA disse ainda que “a responsabilidade da desvirtuação da CIVICOP é imputável ao Presidente da República, na qualidade de titular do poder executivo, pois disse, “o coordenador da CIVICOP, o ministro da justiça e direitos humanos, é um mero auxiliar do titular do poder executivo”.

“Ademais o silêncio total, sobre esta matéria, a que se remeteu o Presidente da República, permite-nos afirmar, sem errar, que o mandante dos actos de propaganda que têm sido exibidos na Televisão Pública de Angola (TPA), é o senhor Presidente da República”, acusou.

Radio Angola

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