Sampaio Mucanda esclarece contornos do acidente de viação na Huíla

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No dia 14 de Janeiro estava a sair de Luanda para Namibe passando por Lubango. No troço entre Cacula e Lubango tive acidente, pois motoqueiro que conduzia um Kaleluia encontrava-se estacionado à beira da estrada na mesma faixa de rodagem, de repente se põe na estrada e porque adiante teve um buraco travou de repente a Kaleluia, tentei imobilizar o carro sem sucesso e choquei na traseira da Kaleluia.

O carro que eu conduzia danificou a parte de frente e a Kaleluia também danificou a parte de trás. Os ocupantes da Kaleluia tiveram alguns ferimentos, depois foram levados ao hospital pelo carro da polícia. Felizmente neste momento todos já tiveram alta, quanto a mim não sofri nenhum ferimento.

Depois do acidente fiquei no local durante alguns minutos, porém fui aconselhado sair do local para uma esquadra mais próxima para evitar riscos de ser agredido pelas populações e a viatura ser danificada por completo. Após ter andado uns 3 Kms deparei-me com a Polícia e levou-me até à esquadra policial do Toco.

Depois ter prestado a declaração à esquadra policial, o Comandante da Polícia do Hoque deu-me dois efectivos para assegurar-me até ao Lubango. Posto no Lubango encontramo-nos com Comandante Municipal do Trânsito do Lubango e um efectivo, desci do meu carro e com eles subimos na patrulha até a uma Unidade Policial a fim de fazer o teste de alcoolemia, porque o Comandante Municipal teve informações de que no local foi encontrado um garrafa de cerveja. Ora o meu carro não capotou e tudo que havia levado estava dentro do carro e nem consumi o álcool conforme as informações que estão a circular nas redes sociais.

Em função da informação que me foi passada da existência da garrafa de cerveja no local do acidente, senti-me inseguro fazer o teste de alcoolemia perante dois efectivos, isto, é um agente e o Comandante Municipal a paisana, temendo vir a ser atribuído um resultado que não condiz com a realidade, pois naquela esquadra só estávamos os três. Desta feita pedi ao Comandante Municipal do Trânsito para que fôssemos junto ao Comando Provincial para fazer teste diante do Comandante Provincial e chamaria, rapidamente, um advogado para presenciar ou certificar o acto e o resultado. Infelizmente o Comandante Municipal do Trânsito não aceitou o meu pedido.

Devo aqui esclarecer que em nenhum momento neguei fazer o teste, apenas solicitei que fosse diante do Sr. Comandante Provincial da Polícia e se possível na presença do advogado.

Quando saímos da esquadra liguei várias ao Sr. Comandante Provincial da Polícia, o telefone chamava mais infelizmente não atendia, porém ontem de madrugada, isto é, às 4h47 foi quando o Sr. Comandante Provincial enviou-me mensagem dizendo: “Boa noite, Sr. Deputado. Encontrei duas chamadas suas, estou a retornar mas o vosso número parece estar ocupado. Estarei ao vosso dispor assim que estiver disponível. Respeitosamente.” Logo que amanheceu liguei novamente ao Sr. Comandante Provincial da Polícia e reportei tudo que havia acontecido e informá-lo que no dia do acidente estava disposto a fazer teste diante do Sr. Comandante Provincial, porém não tive sucesso.

Quero também esclarecer que em nenhum momento houve tentativas de fuga da minha parte, pois estava sendo assegurado desde o local do acidente até à casa onde passei a noite. Também não afrontei nem desafiei as autoridades policiais, aliás, desde o dia do acidente até hoje estamos a conversar amigavelmente. Portanto não houve nem há problema entre mim e a polícia, aliás, a polícia ajudou-me a localizar os familiares das vítimas para dar todo apoio. Inclusive o Sr. Comandante deu-me conselhos de como iria resolver o problema com as vítimas.

Ontem muito cedo encontrei-me com as vítimas do acidente e suas famílias, comprometi-me diante de todos assumir todas as despesas com a assistência médica e medicamentosa, pagar os produtos que haviam na Kaleluia e reparar ou comprar uma nova Kaleluia. Assinou-se um documento, os familiares das vítimas ficaram com uma cópia, o original ficou no Comando da Polícia do Hoque e eu também fiquei com uma cópia. Ainda ontem já dei algum apoio para a assistência médica e medicamentosa. Portanto em nenhum momento pensaria em por-me em fuga nem tão pouco furtar-me da responsabilidade que recai sobre mim.

Outrossim em nenhum momento à Polícia ou outra pessoa obrigou-me a solidarizar-se com as vítimas, foi decisão própria consciente da responsabilidade que devo assumir neste acontecimento.

Pelo que agradeço o apoio do Sr. Comandante Provincial e não só.

Lamento bastante do aproveitamento político que está se fazendo do acto involuntário que ocorreu comigo que amanhã pode acontecer com outra pessoa.

16 de Janeiro de 2023

O Deputado Sampaio Mucanda “SM”

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