Cabinda: FLEC/FAC reivindica morte de quatro soldados das FAA em ataque na região de Bucu-Zau
A Frente para a Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC) reivindicou no sábado, 03, a morte de quatro soldados das Forças Armadas Angolanas (FAA) na região de Buco-Zau, Cabinda.
Em comunicado, o braço armado do movimento independentista de Cabinda indica que os quatro soldados foram mortos ao início da manhã de sábado, quando uma patrulha das FAA se deparou com um grupo de combatentes da FLEC-FAC na área de Micuma, na região de Buco-Zau.
“A FLEC/FAC recolheu os corpos dos quatro soldados das FAA mortos, assim como recuperou quatro armas de assalto AK-47”, adianta o comunicado.
A FLEC/FAC reitera que “Cabinda é um território em guerra” e que as campanhas de desinformação das autoridades ligadas a Luanda “põem em perigo a vida dos estrangeiros no território”.
“O Chefe da Casa Militar do Presidente da República de Angola, deve relatar a verdade à comunidade internacional sobre a situação de segurança no Protectorado Português de Cabinda”, diz a FLEC/FAC, que exige que as empresas exploradoras de ouro a operar na região de Buco-Zau, na área de Mongo Mbucuco, “suspendam imediatamente as suas atividades ilegais”.
De acordo com a FLEC/FAC, a presença em Cabinda dessas empresas “é contrária à proibição de toda a exploração na floresta do Maiombe”, tanto mais que “é estritamente proibida a circulação de qualquer veículo motorizado na floresta de Maiombe”.
A organização adverte que “qualquer presença de tratores e camiões, no presente e no futuro, ilegalmente autorizada pelos angolanos, vai ser severamente sancionada”.
Avisa a propósito que todas as viaturas que sejam escoltadas por tropas angolanas serão um alvo militar para as forças da FLEC/FAC.
“Nós não podemos garantir a segurança daqueles que exploram as nossas riquezas. Cabinda é zona de guerra embora não tenhamos a cobertura mediática”, finaliza o tenente-general Ricardo Danda wa Danda das FAC.
A FLEC mantém há vários anos uma luta pela independência do território, de onde provém grande parte do petróleo angolano, alegando que o enclave era um protetorado português – tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885 – e não parte integrante do território angolano.
O Governo angolano recusa normalmente reconhecer a existência de soldados mortos resultantes de ações de guerrilha dos independentistas, ou qualquer situação de instabilidade naquela província do norte de Angola, sublinhando sempre a unidade do território.