Garimpeiro está entre vida e morte após ter sido espancado a catanada pela segurança Kadyapemba
Tito Chiquito, garimpeiro de 34 anos, denuncia que foi “fortemente” espancado por supostos agentes da empresa de segurança privada “Kadyapemba”, afecta a generais, no município de Xá-Muteba, província da Lunda-Norte.
Jordan Muacabinza | Cafunfo
O homem que se encontra em a vida e a morte foi ferido na região do abdômen pela segurança ao serviço da Sociedade Mineira do Cuango (SMC), uma empresa ligada às altas figuras do poder que governo o país e que explora diamantes.
O agressor, segundo apurou este portal, foi detido pela Polícia do Posto da Regedoria Ngonga Ngola, município de Xá-Muteba, mas os familiares da vítimas “desconfiam” que o presumível implicado no crime poderá ser colocado em liberdade, devido ao que entende ser a “cultura de impunidade reinante na região”, sempre que se registam actos que atentam contra a dignidade da pessoa humana.
O incidente aconteceu ao fim da tarde de terça-feira, 12, numa zona de exploração de diamantes, conhecida como “Cambambe”, onde a maioria da população pratica actividade de garimpo artesanal, local em que foi gravemente derido tendo levado 32 pontos.
O caso passou para a alçada da Polícia Nacional do Xá-Muteba, que ao princípio da tarde do dia 12, tinha uma equipa de Investigação Criminal a recolher indícios e outra brigada no Hospital Regional de Cafunfo a avaliar a evolução clínica da vítima.
“A empresa de segurança Kadyapemba continua a cometer crimes contra cidadãos na região do Xa-Muteba, em pleno momento da paz, facto este poderá causar chuvas de manifestações de modo a pedir a destituição definitiva da empresa de marimbondos de Angola”, disse um dos activistas.
Os membros da sociedade civil e defensores de direitos humanos pedem que se faça justiça e atribuem o “infortúnio” à falta de interesse do Presidente da Republica, João Lourenço, do Ministério da Justiça e Direitos Humanos e da Polícia Nacional, uma vez que, segundo afirmam, “os casos de violação de direitos humanos continuam a ser registados no país, em particular na Lunda-Norte, numa altura em que os angolanos comemoram os 20 anos de paz efectiva”.
“O segurança Kadyapemba está devidamente identificado, por isso, deve haver responsabilização criminal contra o autor e a penalização definitiva à empresa em causa porque já somou várias vítimas, muitas delas mortais”, afirma outro activista.
Monitoramento da violência e das graves violações de direitos humanos
A violência tem crescido nessa região desde o início dos anos de 2008, 2009, e persiste até aos dias do consulado do Presidente João Lourenço, e há muito que os populares da desta região do país, vêem e forma consistente, segundo as fontes, a denunciar esses crimes alegadamente cometidos pelas empresas de altas figuras do país, “mas nota-se um estranho silêncio permanente por parte do Ministério da Justiça e Direitos Humanos, que nunca penalizou essas empresas que “protagonizam os assassinatos de civis”.
A população lamenta que, a falta de emprego no seio dos jovens, tem obrigado a muitos a se dedicarem ao garimpo como a única fonte de sobrevivência, porquanto, dizem, “nota-se a falta de vontade do Governo em criar micro empresas que podiam facilitar o acesso ao primeiro emprego”.
Silencio do Presidente da República sobre casos de violação de direitos humanos nas lundas
Segundo os populares, o mandato do Presidente João Lourenço, dominado pelo “slogan” “corrigir o que está mal e melhorar o que está bem”, está “praticamente terminado e nada melhorou nesta região”.
Para os moradores das regiões do Cuango e Xá-Muteba, “os crimes que ocorriam na administração do José Eduardo dos Santos, continuam a ser protagonizados pela mesmas empresas de altas figuras do país, e nessa região não passa meses sem se registar abuso de violação de direitos humanos, onde tem estado atenção do senhor Presidente da República face a esses casos violentos?”, questionam.