Jornalista Ernesto Bartolomeu esclarece penhora de Quinta Kangamba: “Há um equívoco do Tribunal”

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O jornalista sénior Ernesto Bartolomeu desmente o conteúdo de um despacho do Tribunal de Comarca de Bela, que coloca erroneamente uma quinta sua na lista de bens apreendidos do processo 204/2023, que envolve um litígio entre os empresários Teresa Gerardin e Bento dos Santos “Kangamba”.

Numa notificação datada de 8 de Abril, assinada pela oficial de justiça Paula de Matos Neves, o Tribunal ordena a “entrega efetiva dos bens imóveis (penhora) a se realizar no dia 15 de Abril de 2024, a partir das 8h30m”, nomeando o imóvel de nome “Quinta Kangamba”, que a justiça pensava pertencer ao fundador do Kabuscorp pela coincidência de nome.

Segundo o Club-K, no seu comunicado, Ernesto Bartolomeu esclareceu que a referida “Quinta Kangamba” é sua propriedade há mais de 30 anos, e explica a origem do nome que levou o Tribunal a decretar penhora por deduzir que fosse imóvel do general Bento dos Santos “Kangamba”.

Ernesto Bartolomeu, que esclarece não ter o hábito de recorrer às redes sociais para se expressar, repete que foi com surpresa que tomou conhecimento por via do Club-K com as informações que “o vinculam a um suposto arresto dos seus bens” pelo que gostaria de esclarecer o seguinte: “Sou um dos mais antigos amigos do General Bento, por quem nutro e nutrirei sempre grande admiração e estima. Aqueles que verdadeiramente me conhecem sabem que luto pela vida como a maioria dos angolanos e que não possuo os bens que muitos pensam que tenho”.

“Quanto à Quinta Kangamba mencionada no documento do Tribunal de Comarca do Belas, é importante esclarecer o seguinte: Durante o período do conflito armado, muitos naturais do Moxico que hoje vivem em Ramiros migraram para aquela região, a maioria deles sendo mutilados de guerra. No Ramiros, onde se estabeleceram, criaram cooperativas, uma agrícola e outra de pescas. Para homenagear o local onde combateram, deram o nome de Quinta Kangamba ao local. Há cerca de 30 anos, adquiri uma parcela de terra desses antigos combatentes, quando Ramiros ainda era uma área selvagem, onde construí uma casa e iniciei o meu pequeno negócio”, esclareceu Ernesto Bartolomeu.

“Portanto, em nome da verdade, gostaria de informar que não fui notificado por ninguém e que deve haver algum equívoco”, escreveu o jornalista garantindo que está tranquilo, “pois não recebi nenhuma notificação do tribunal”.

Fonte do Tribunal disse ao Club-K, que apesar da notificação da penhora ter ordenado a execução para o dia 15 de Abril, os operadores de justiça decidiram alterar o programa das diligências. No dia 15, a equipa de diligência foi visitar uma residência no condomínio Sodimo, para terça-feira, 16, foi a vez da residência do condomínio Alpha, para esta quarta-feira, está previsto irem para “Quinta Kangamba”, e para sexta-feira (19), o grupo da escrivã Paula de Matos Neves segue para a Ilha do Mussulo.

De todos os bens citados pelo tribunal para serem penhorados, apenas a ver a casa na Ilha do Mussulo, é que pertence ao general Bento Kangamba. Os outros imóveis foram alistados erradamente.

Contudo, os oficiais que fizeram as diligências deram a conhecer que, na eventualidade de os bens não pertencerem ao general Bento dos Santos Kangamba, os donos (Ernesto Bartolomeu, Filomena Mungombe, Antunes Chova) devem apresentar, num espaço de 10 dias, uma reclamação acompanhada dos documentos dos imóveis para depois serem notificados pelo tribunal. Enquanto isso, os bens penhorados, terão como fiel depositária a senhora Teresa Fernando António Cunha Gerardin, mas sob a gestão do Tribunal.

O litígio entre os empresários Teresa Gerardin e Bento dos Santos “Kangamba”, corre nos tribunais de Angola desde 2018. A primeira reclama uma dívida que inicialmente era de 15 milhões de dólares, faltando agora 5 milhões a ser saldado. Para ver o assunto resolvido, a empresária contratou um novo advogado Carlos Salumbongo, primo de Joel Leonardo, que tem a fama de liderar uma rede de tráfico de influência junto dos tribunais. No pagamento de 5 milhões de dólares a ser feito, ficou acordado que 700 mil dólares seriam usados para pagar os honorários do advogado e primo de Joel Leonardo. A execução de penhora desencadeada esta semana, está a ser vista como um procedimento de pressão usado pela rede do Presidente do Tribunal Supremo.

CK

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