WAKU KUNGO: FUNCIONÁRIOS DO BPC ACUSADOS DE ROUBAREM DINHEIRO DOS CLIENTES
Glória Wandy, funcionária de saúde pública no Waku Kungo, queixa-se da atitude dos funcionários do Banco de Poupança e Crédito (BPC) localizado no município da Cela por acreditar que os mesmos têm roubado na sua conta.
Texto de Pinto Muxima
Segundo contou à Rádio Angola, há três anos havia feito crédito bancário. Quando estava consciente de que em Dezembro de 2017 passaria a receber o seu salário sem descontos, pois havia concluído o pagamento da dívida no mês anterior, Wendy Glória foi surpreendida com a retirada de todo o dinheiro da conta.
Deslocou-se ao banco para obter esclarecimentos. As explicações que recebeu não a convenceram. Funcionários do banco disseram à cliente que ela mesma fez levantamento do dinheiro na rua da Independência, em Luanda, mas Wendy garantiu ser impossível pois não tem ido a Luanda há mais de seis meses.
Antes ainda confrontou o chefe dos recursos humanos da delegação municipal da saúde, mas este afirmou que o problema só poderia ser do respectivo banco. Os mesmos funcionários, perante a insistência de Wendy, tentaram confundi-la ao dizer que talvez ela tivesse ido à “loja de algum maliano e estes debitaram o seu dinheiro por meio dum sistema de computação”. Wendy Glória tem certeza de que esta hipótese é mais uma mentira.
Sem receio, a funcionária da saúde aponta o dedo ao gerente e vice-gerente do banco, Óscar e Hilário Camilo, nomeadamente, como as pessoas por trás do roubo.
Wendy não é a única a queixar-se do mesmo banco. Sob anonimato, mais clientes domiciliados naquela agência reclamam de roubos nas suas contas. Também funcionária da saúde, outra cliente denuncia o roubo de 20 mil Kzs da sua conta. As reclamações que fez, à igualdade de Wendy Glória, não surtiram efeitos.
Ambas clientes decidiram mudar de banco porque “o comportamento dos funcionários do BPC não garante a segurança das nossas poupanças”.
A Rádio Angola foi até ao BPC daquele município contactar os acusados. Óscar, o gerente, confirmou os débitos feitos mas não explicou as razões, bem como não aceitou ser entrevistado. Hilário Camilo, por sua vez, disse que “se quiserem o contraditório vão até ao banco central do BPC, em Luanda”.