Universidade Metodista ameaça expulsar estudantes que protestam contra aumento de propinas
A direcção da Universidade Metodista de Angola (UMA) anunciou ter aberto um processo disciplinar contra os estudantes que participaram do protesto contra a subida de propinas na instituição.
Na manhã de terça-feira, 16, centenas de estudantes da referida instituição de ensino superior paralisaram as aulas, em manifestação contra o aumento das propinas, em todos os cursos, pois afirmaram que a subida foi repentina e que os surpreendeu a comunidade estudantil.
Numa “nota de esclarecimento” a que o Club-K teve acesso, a Universidade Metodista de Angola (UMA) revela que, em função dos actos “pertubadores” e “violentos” supostamente cometidos pelos estudantes descontentes, foi aberto um processo disciplinar “para punir com suspensão e até expulsão” dos estudantes envolvidos nos actos de desrespeito às normas de convívio acadêmico, no dia de hoje, estando as imagens colectadas pelo sistema de videovigilância sendo sistematizadas para este fim.
De acordo com o comunicado, decorrente do processo disciplinar, a entrada de determinados estudantes no campus poderá ser impedida a partir desta quinta-feira, 18, , com vista à normalidade dos serviços que a Universidade presta, a quem, de facto, quer estudar.
Para a direcção da Universidade Metodista de Angola (UMA), “aos estudantes que queiram se manifestar está mantido este direito na praça em frente à quadra polidesportiva e nas vias internas do campus”.
“Será impedida a entrada de cartazes e faixas, assim como será impedida a entrada de manifestantes nos edifícios”, reforça a nota, que acrescenta que “aos estudantes que mantiverem o compromisso de aulas é assegurado o bom andamento das actividades. Aos docentes pede-se firmar autoridade em sala de aula e regularidade dos serviços”, finaliza.
A UMA afirma não fazer sentido a manifestação dos estudantes, visto que só agora está a implementar o aumento das propinas e emolumentos de 10 por cento, decretado pelo Executivo no ano passado.
Os estudantes queixam-se de não terem sido informados e asseguram que os protestos vão continuar até que a universidade recue da decisão de aumentar o preço no presente ano académico.
Por sua vez, a UMA diz ser irreversível esse processo, visto que os estudantes sempre souberam que o aumento das propinas e emolumentos no ensino público e privado, limitado a 10 por cento, pelo Governo, não era implementado e que tal reajuste seria feito após o dia 15 de Abril.
CK