UNITA suspende director da campanha de Massanga Savimbi a poucos dias do XIV Congresso Ordinário

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A UNITA suspendeu, por tempo indeterminado, os militantes Domingos Eduardo Palanga e António Marques, numa decisão disciplinar que está a incendiar os bastidores do partido a poucos dias do XIV Congresso Ordinário.

A medida, tomada pelo Conselho Nacional de Jurisdição e Auditoria da UNITA, foi justificada com “violação da linha política do partido, atentado à coesão interna e à imagem dos seus órgãos”, segundo uma nota datada de 12 de Novembro.

No caso de Palanga, a suspensão terá sido motivada por declarações prestadas numa entrevista ao Elite Post, que a direcção interpretou como “delito de opinião” por ter feito afirmações sensíveis sobre o candidato Adalberto Costa Júnior.

Já António Marques, ex-candidato à liderança da JURA, foi suspenso por “violação da ética partidária”, após ter feito pronunciamentos críticos considerados graves.

Ambos os processos foram conduzidos e executados com celeridade, o que levanta suspeitas de uma ofensiva interna para silenciar vozes dissidentes.

A decisão está a causar desconforto entre militantes e analistas que veem na suspensão dos dois dirigentes uma tentativa clara de controlar o discurso interno e de neutralizar eventuais apoios a candidaturas alternativas dentro da UNITA.

Num momento em que o partido procura projectar imagem de coesão e maturidade política, a repressão de opiniões divergentes ameaça manchar o processo pré-congresso com sinais de intolerância e autoritarismo, defendem fontes internas.

A polémica ganha ainda mais dimensão por ocorrer num período sensível de escolha da nova liderança partidária, onde o equilíbrio entre disciplina e democracia interna será crucial para a credibilidade da UNITA perante o eleitorado e a sociedade civil.

As suspensões, especialmente a de Palanga, continuam a ser interpretadas como iniciativas directas da estrutura central de uma das candidaturas do Congresso, e não como decisões da Comissão de Ética, o órgão que, estatutariamente, deveria conduzir estes processos de forma transparente de forma isenta e sem interferências.

Segundo fontes do partido, a participação original enviada ao CNJA foi assinada pela mandatária do candidato Adalberto Costa Júnior, Navita Ngolo, facto que alimenta percepções de que as punições têm cariz político e direccionado, numa altura de forte disputa interna.

As suspensões acontecem exactamente às portas do Congresso, num contexto já marcado por:

1 – Suspeitas de instrumentalização das estruturas disciplinares;

2 – Alegações de favorecimento de determinadas candidaturas;

3 – Tentativas de controlar discursos e alinhamentos internos;

4 – Receios de intimidação de militantes menos próximos da liderança.

Dirigentes que pedem anonimato afirmam que os actos podem comprometer a imagem democrática do partido, sobretudo num momento em que a UNITA se apresenta como alternativa nacional baseada na tolerância, pluralismo interno e respeito pela liberdade de expressão.

O XIV Congresso Ordinário, que deveria simbolizar renovação e estabilidade, pode agora iniciar-se sob forte pressão e desconfiança, com a suspensão de duas figuras conhecidas uma delas deputado e membro da Comissão Política por declarações públicas consideradas normais em ambientes partidários democráticos.

A forma como a UNITA gerir estas tensões poderá definir não apenas o clima do Congresso, mas também a percepção pública sobre o compromisso real do partido com a alternância, estabilidade e desenvolvimento que sustentam o lema oficial do evento, adiantam analistas.

Para além de Palanga, uma fonte do Correio da Kianda adiantou, por outro lado, que a mandatária de Rafael Massanga Savimbi, Amélia Judith Ernesto, também pode ser notificada nesta semana, em processo que pode terminar com a suspensão dos militantes da UNITA, em plena campanha eleitoral, tendo em vista o XIV Congresso Ordinário, aprazado para os dias 28, 29 e 30 de Novembro do ano em curso.

Elit Post

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