UNITA NO BOCOIO DENUNCIA REGISTO SECRETO DE CIDADÃOS PARA “FINS INCONFESSOS”
O secretário municipal da UNITA no Bocoio, província de Benguela, José Manuel João Chilumbo denunciou que os serviços de administração local estão a levar a acabo de forma “clandestina”, registo de cidadãos angolanos, usando as autoridades tradicionais (sobas), cujo fim, segundo o seu partido é desconhecido.
Pinto Muxima | Bocoio
De acordo com o político da UNITA, o governo orientou a realização do mesmo registo em todo o território do município do Bocoio sem nenhuma explicação pública, o que leva o maior partido na oposição a desconfiar que “se está mais uma vez de manobras políticas que visam preparar a fraude eleitoral nas autarquias locais”.
Segundo José Manuel João Chilumbo, as autoridades estariam a usar a “mentira” junto das populações de que o registo está a ser feito no âmbito do senso populacional com o propósito de o governo distribuir melhor a riqueza do país, tendo em conta as primeiras eleições autárquicas agendas para o próximo ano.
Em declarações à Rádio Angola, o político afirmou estar “decepcionado”, pois segundo José Manuel João Chilumbo, o seu nome está a ser usado nas comunidades para convencer a população a aderir ao “processo fraudulento”. “Secretamente eles dizem que é um senso para o governo distribuir as riquezas”, disse.
Quanto à condição social das populações, o secretário da UNITA no município do Bocoio manifestou-se preocupado com a “miséria que cada vez mais abraça os angolanos”, tendo igualmente lamentado o cenário que se vive na região Sul do País, onde milhares de famílias vivem em condições de extrema carência, facto que tem provocado a morte de várias pessoas devido à fome.
Para José Manuel João Chilumbo trata-se de “incompetência governativa do Executivo e do partido que o suporta”. Na visão de Chilumbo, o actual Titular do Poder Executivo “está a seguir o modelo de governação do anterior presidente José Eduardo Dos Santos”.
“Não há justificação por parte do governo quanto a situação da seca no Cunene, Huíla e Namibe, e o povo que já é pobre não devia contribuir porque, recentemente, o governo apoiou com várias toneladas a população de Moçambique devastada pelo Ciclone IDAI e o apoio foi prestado sem a consulta do povo soberano que o elegeu”, frisou o “maninho”.
José Manuel João Chilumbo pensa que o país tem recursos suficientes para acudir a situação da seca e fome dos habitantes das províncias do Sul de Angola. “Por quê é que o povo tem de contribuir para ajudar o Cunene, uma vez que o país tem capacidade para acudir aquela situação?”, questionou, para quem a “UNITA foi notificada pelo governo para ajudar na recolha de donativos e estamos a fazê-lo, pois, o nosso partido luta pelo povo e não admite ver o seu povo a sofrer”.