Tribunal da Gabela condena activista dos “15+2” a dois meses de prisão com pena suspensa

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A activista cívica Laurinda Gouveia revelou à Rádio Angola que, durante a vigência do Estado de Emergência no país, enfrentou um julgamento sumário no dia 15 de Maio, na vila da Gabela, província do Kuanza-Sul, que resultou na condenação a pena de dois meses com pena suspensa.

Fonte: Rádio Angola

Laurinda Gouveia, do processo dos “15+2”, disse que tudo aconteceu no dia 13 de Maio do ano em curso, quando em companhia de mais uma pessoa, presenciou acções de violência dos órgãos de defesa e segurança, no caso polícias e militares, contra vários cidadãos na Gabela, Kuanza-Sul, que segundo referiu “estavam maltratar jovens e crianças”.

Em declarações à Rádio Angola, a activista que se encontra na província do Kuanza-Sul, dias antes do Decreto do Estado de Emergência, relatou que, enquanto os agentes de defesa e segurança “escorraçavam as pessoas” decidiu tirar fotos e fazer filmagens, como o propósito de fazer uma denuncia pública, por no seu entender, os actos que eram praticados na altura pelos polícias e militares, “configuravam numa clara violação dos direitos humanos”.
“Fazíamos vídeos devidos às atrocidades dos polícias e militares, que batiam os cidadãos”, disse.

A também defensora dos direitos humanos, contou que, enquanto registava os momentos de “violência das autoridades” a partir da varanda do edifício da residência onde está a residir neste momento, um dos agentes teria visto os dois a fazer filmagens, facto que “obrigou aos efectivos aceder ao interior do imóvel”, onde de acordo a activista, foi agredida juntamente com outra pessoa com que estava na mesma residência.

“Fomos espancados e levados a uma Esquadra da Polícia onde ficamos detidos durante dois dias”.

No dia seguinte, após dois dias de detenção na Esquadra da Gabela, descreve Laurinda Gouveia, os dois foram levados ao tribunal e submetidos ao julgamento sumário, sob a acusação de crime de injúria contra as autoridades.

A activista foi condenada a pena de dois meses de prisão e o jovem que com ela fazia igualmente filmagens da “violência policial” teve a pena de seis, ambos com penas suspensas e para a sua libertação tiveram que pagar o valor de 90 mil kwanzas.

Oiça aqui na página da Rádio Angola a entrevista da activista Laurinda Gouveia:

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