“Transparência nos contratos é essencial para investimentos em Angola”, diz directora da USAID
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O reforço da cooperação com Angola, visível nos sectores dos transportes, energia e produção alimentar, não desvia os Estados Unidos da exigência em relação à transparência e boa governação, avisou, em Benguela, na última semana, a administradora da Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional, (USAID), Samantha Power.
Abordada pela VOA a propósito do relatório anual (2024) sobre barreiras ao comércio exterior, no qual o Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR) refere que Angola abusa dos ajustes directos, Samantha Power afirmou que só com transparência nos contratos do Estado o país consegue atrair o investimento privado.
Power respondeu a questões sobre corrupção depois de ter anunciado um financiamento de 3,5 milhões de dólares para fortalecer organizações da sociedade civil e a imprensa independente com foco na pressão em nome de uma gestão equilibrada dos fundos públicos.
Power assinalou que os angolanos e outros povos precisam de infra-estruturas credíveis mediante rigor na gestão do erário.
“Anunciámos uma nova parceria e por isso obrigamos contratações mais credíveis e legítimas, não só aqui em Angola, onde queremos aprofundar o nosso trabalho com a midia independente e a sociedade civil”, referiu a administradora.
Segundo Power, “também as instituições de auditoria angolanas devem fazer parte deste processo de análises, tudo isso para atrair o investimento externo, dar infra-estruturas de qualidade aos angolanos e ajudar o máximo potencial com garantias de transparência”.
Em reacção, o activista Martins Domingos, membro da Associação dos Jovens na Defesa do Ambiente, louvou a aposta norte-americana na transparência, lembrando que a falta de prestação de contas, recentemente debatida em sede do Parlamento, demonstra problemas nesse sentido.
“Esperava-se esse financiamento, vai fortalecer o exercício da cidadania e facilitar a pressão da sociedade civil ao Governo”, disse Domingos acrescentand que ”acima de tudo, (os Estads Unidos) estarão a patrocinar a democracia”.
Aquele líder associativo acrescenta que “quando ninguém presta contas … estamos a dizer que há má governação, não há governação com a participação do cidadão”.
Samantha Power falava numa conferência de imprensa conjunta com o ministro angolano dos Transportes.
Ricardo de Abreu assumiu ser de extrema importância que o Governo angolano, em diplomacia económica, tenha na boa governação e na luta anti-corrupção duas premissas para a atracção do investimento estrangeiro.
VOA