TCHIZÉ ENTREGA KOPELIPA

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O mais recente áudio de Tchizé dos Santos, filha do Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, questionando sobre “Quem são os verdadeiros donos da Movicel e quem participou desta privatização”, está a ser interpretado, em meios da oposição política, em Luanda, como um artificio por ela encontrada para atiçar aos órgãos de justiça a investigar o processo de privatização desta antiga  empresa estatal a favor dos interesses do general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”.

Deputada quer saber com quem ficou   a  MOVICEL

A conclusão de que deseja atiçar a justiça – a investigar o ex-colaboradores do seu pai – , é baseada no facto de ela somente agora estar a reagir a uma noticia publicada há 10 anos pelo extinto semanário AGORA, que dava como titulo «Depois do Canal 2, Tchizé fica com a Movicel». A também deputada denota ter reservas do então chefe da Casa Militar da Presidência, sentimento este que ficou verificado quando recentemente lançou-se em acusações mutuas com um dos filhos de “Kopelipa”, Ataulfo Vieira Dias, nas redes sóciais.

Para o seu jogo de diversão, Tchizé dos Santos atribuiu a matéria do Jornal AGORA, a um site que segundo ela “todos nos sabemos qual é”.

O Club-K, junta-se, agora nesta busca da verdade sobre “a privatização da Movicel” levada a cabo pela deputada  trazendo alguns contributos de dados sobre este processo, de forma a que a mesma encoraje a PGR, a dar seguimento as investigações sobre as questões que ela procura resposta e sobre quem foi o “arquitecto” que autorizou e aprovou toda esta negociata.

Factos

A Movicel foi constituída pelo Estado angolano aos 24 de Setembro de 2002. Os seus iniciais acionistas eram a empresa de telecomunicações de Angola – Angola telecom – EP, com 99%, e a  empresa Nacional dos Correios e Telégrafos de Angola E.P, com 1%.

Aos 28 de Agosto de 2009, o então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, aprovou através da resolução numero 67/09 a privatização da MOVICEL com os seguintes figurinos:

Portmill Investimentos (40%)

MODUS COMUNICARE – Comunicações e Imagens (19%)

IPANGA – Industria de papel derivados (6%)

LAMBDA – Investiment (5%)

NOVATEL, S.A (5%)

Angola Telecom – E.P (18%)

Empresa Nacional de Correios e Telégrafos de Angola (2%)

De quem é a empresa Portmill, que José Eduardo dos Santos transformou como sócia maioritário  da estatal Movicel?

De acordo com documentos em posse do Club-K, a Portmill Investimentos Telecomunicações (PIT) foi constituída no dia 10 de Junho de 2009, dois meses antes de JES aprovar o negocio da privatização.

A Portmill Investimentos Telecomunicações (PIT),  é detida pela “Portmill Investimentos” , pelo “Grupo AQuattro Internacional, S.A”, Domingos Manuel Inglês, João Manuel Inglês, e José Domingos Manuel. Domingos Manuel Inglês, é um empresário angolano e “testa de ferro” do general Hélder Vieira Dias “Kopelipa” e irmão do coronel João Manuel Inglês, funcionário da Casa Militar do presidente angolano.

A Modus Comunicare, a quem o Presidente José Eduardo dos Santos atribuiu 19% da Movicel, é detida pelo tenente-coronel Tadeu Agostinho dos Santos Hikatala, então responsável da escolta presidencial, de JES.

Quando se efectuou a venda, o Novo Jornal através de um titulo de capa “Kopelipa fica com 40% da Movicel” reportou que “o negócio terá ficado avaliado em 200 milhões de dólares”, o que alguns analistas do mercado consideraram  ser um valor bastante baixo.

Tendo em conta a falta de transparência e por ser um negócio em que o Estado angolano saiu prejudicado, o Club-K, solicita que a deputada entre em contacto com esta redação ([email protected]) para que se seja entregue a documentação dos contratos para que a mesma peça uma investigação acelerada por parte da PGR e que este órgão investigue as motivações que levaram José Eduardo dos Santos a transferir ações desta empresa do Estado para os seus colaboradores mais próximos.

Tchizé dos Santos, poderá também escrever ao PR João Manuel Lourenço para que anule a resolução numero 67/09 deste negócio,  da mesma forma que o Chefe de Estado  anulou o decreto da transferência do negocio de um bilhão de dólares para a construção da Barragem do Porto do Dande que o antigo PR, deu a filha Isabel dos Santos, e tantos outros actos  que lesaram o Estado angolano a favor das “famílias.”

Ao fazer fé, nas suas palavras segundo as quais nunca beneficiou de fundos públicos, o Club-K, encoraja também a deputada Tchizé dos Santos a pedir ao Presidente João Lourenço a anulação do Decreto Presidencial nº 296/10, de 2 de Dezembro de 2010, que determina a prorrogação, da Licença de Prospecção, Pesquisa e Reconhecimento de diamantes de Kimberlitos do Projecto Muanga, localizado na província da Lunda-Norte.

É que este decreto dá sequencia a decisão tomada pelo então presidente José Eduardo dos Santos em promulgar, a 14 de Julho de 2005, o consórcio entre a Endiama (51%), a Sociedade de Desenvolvimento Mineiro – SDM (20%), Odebrecht (19%) e a empresa  Di Oro (10%).

Para não haver duvidas o Club-K, sugere também a deputada Tchizé dos Santos a remeter ao novo PR, o documento em anexo, para ajudar o novo Presidente  a compreender quem são os verdadeiros proprietários da Di Oro – Sociedade de Negócios Limitada, que beneficiaram do negócio  de  diamantes aprovados pelo  Decreto Presidencial nº 296/10, assinado por  José Eduardo dos Santos.

Fonte: Club-k.net

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