SECRETÁRIO-GERAL DA FNLA ACUSADO DE CORRUPÇÃO E NEPOTISMO

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Um grupo de 138 membros, dos 411 que compõem o Comité Central (CC) da FNLA, remeteu um abaixo, assinado esta Quarta-feira, 14, ao Tribunal Constitucional (TC), solicitando a demissão incondicional do seu secretário-geral, Pedro Mucumbi Dala

Contra o actual secretário-geral pendem acusações de corrupção e nepotismo, segundo denunciou a OPAÍS, o secretário para Ciência e Tecnologia desta força política e porta-voz do grupo, João da Silva Bengui.

Sobre os alegados actos de corrupção, segundo a fonte deste jornal, o acusado conta com a suposta cumplicidade de comissários municipais e provinciais eleitorais, indicados por ele, de quem recebe mensalmente 50 mil kwanzas, em troca dos cargos. Informou que a nomeação destes pelo secretário-geral não obedeceu os critérios discutidos internamente, tendo colocado familiares seus directos e alguns sem filiação partidária. É o caso da comissária provincial do Cuanza-Norte, que é apontada como sendo membro da JMPLA, organização juvenil do MPLA, o partido no poder, mas que aceitou o cargo para, segundo ainda a fonte, “ apenas ganhar dinheiro”.

Além desta, a fonte apontou Celso Domingos Baje Dala, Hamilton José Dala, Rufino Bento Dala, João Fuxi Dala, Nelson Fuxi Dala e Anacleto Macute Dala como sendo filhos do secretário-geral. Estes, de acordo com João da Silva Bengui, estão colocados no Golungo Alto e no Cazengo (Ndalatando) município sede da província do Cuanza-Norte, Cambulo (Lunda-Norte), Pango Aluquém (Bengo) e Malange. Explicou que, com base no que estipula a Lei Eleitoral, todos os comissários municipais e provinciais devem contribuir com 20 por cento do seu salário/mensal, sendo 10 para o secretariado local e os restantes para a direcção nacional dos partidos políticos.

De acordo com a fonte, essa quotização não tem sido canalizada para os cofres do partido, mas para o do secretário-geral, tendo exemplificado com o caso do comissário provincial da Lunda-Norte. Este, segundo documentos a que OPAÍS teve acesso, depositou inicialmente 104 mil kwanzas e, seguidamente, 109 mil kwanzas numa conta de Pedro Mucumbi Dala domiciliada no Banco de Fomento Angola (BFA).

Irregularidades 

Os subscritores da carta enviada ao TC, eleitos no IV Congresso ordinário desta força política, acusam ainda o secretário geral de expulsar os membros que contestam a sua gestão.

Queixam-se também de registar-se violações sistemáticas aos estatutos, por Pedro Dala, e de este fomentar intrigas, calúnias e difamação no seio do partido, além de insubordinar-se às orientações do presidente da FNLA, Lucas Ngonda.

Contra o segundo homem “forte” na hierarquia do partido fundado por Holden Roberto, pesam ainda graves denúncias de incapacidade de apresentar o relatório e contas do partido referentes ao ano de 2016/2017, com base nos termos da alínea d) do nº3 do artigo 26º dos estatutos.

Mucumbi defende-se

Contactado por OPAÍS, Pedro Mucumbi Dala minimizou as acusações, justificando que no que concerne ao alegado caso de nepotismo não corresponde à verdade, assumindo apenas ter dois filhos nas comissões eleitorais. Segundo ele, a colocação destes partiu de um consenso entre os demais membros dos órgãos centrais do partido e a presença destes em momento algum terá beliscado o desempenho das comissões municipais eleitorais(CME).

Desmentiu que tenha recebido dinheiro dos comissários, explicando que, no que concerne aos depósitos efectuados pelo comissário provincial da Lunda Norte, destinavam-se a completar um dinheiro para a compra de uma viatura RAV 4, de ocasião, no valor de 500 mil kwanzas. Esta viatura, segundo Pedro Dala, serviria para a Delegação Provincial do Huambo, que carecia de um meio de locomoção, sendo que era urgente que a situação fosse contornada.

Fonte: OPaís

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