Samakuva diz: “Nos últimos anos, os crimes de peculato, quadrilha, fugas de capital e de corrupção foram branqueados pelos poderes públicos”

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O líder da UNITA disse na abertura da reunião ordinária da Comissão Política que o momento político no país é particularmente dramático porque, segundo Isaías Samakuva, após vários anos de má governação e já depois de consolidada a paz, o país caiu numa crise generalizada sem precedentes.

Fonte: Rádio Angola

Para o presidente do maior partido na oposição, a corrupção foi supostamente institucionalizada e em consequência disso o Estado foi capturado por um partido político que com ele se confunde. Este partido, afirmou Samakuva, foi sequestrado e instituiu a oligarquia que controla a economia e funciona como força de bloqueio da sã concorrência e da fiscalização dos actos da oligarquia.

Na abertura do encontro de três dias que deverá definir a sua permanência ou não na presidência do partido fundado por Jonas Malheiro Savimbi, Isaías Samakuva disse nos seus argumentos críticos à governação do MPLA que, “nos últimos anos, os crimes de peculato, quadrilha, fugas de capital e de corrupção foram mesmo branqueados pelos poderes públicos à luz do dia, sendo as aplicações do produto do roubo rebaptizadas de “acumulação primitiva de capital ou mesmo de investimentos privados”.

“Tais práticas, junto com a impunidade dos agentes públicos envolvidos, agravaram os níveis de pobreza material e espiritual dos angolanos e colocaram o nosso país no topo dos países mal governados do mundo”.

Na ocasião, Isaías Samakuva questionou quem são as pessoas que mantêm divisas fora do circuito oficial, segundo afirmação recente do Presidente da República, João Lourenço, salientando que os angolanos esperam que o chefe de Estado “utilize os seus poderes constitucionais e assuma o controlo do Estado e suas divisas”.

Segundo o líder da UNITA, os angolanos concordam com João Lourenço e esperam que outras fortunas acumuladas primitivamente sejam declaradas para serem legitimamente investidas no país.

Entretanto, no encerramento do “Seminário” do MPLA que abordou sobre o “combate à corrupção”, o João Lourenço anunciou que o Governo vai estabelecer um período de graça para que todos os angolanos repatriem capitais do estrangeiro para Angola, findo o qual poderá accionar a justiça para a sua recuperação.

Acompanhe aqui na página da Rádio Angola, o discurso do Presidente da UNITA, Isaías Samakuva: